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O brasileiríssimo Von Ihering

Rodolpho Theodor Wilhelm Gaspar Von Ihering. Pelo nome ninguém diria que “o pai da piscicultura brasileira” não fosse alemão ou austríaco. No entanto, esse zoólogo e biólogo era bem brasileiro, gaúcho da cidade de Taquara, nascido em 17 de Julho de 1883. Foi o primeiro grande nome da nossa Zoologia, o que me atraiu, como professor no Curso César Lattes, a ler um dos livros que deixou para todos nós.

Em seu clássico e excelente “Da vida dos nossos animais” Von Ihering conta que, viajando pelos sertões brasileiros, ouviu a seguinte trova:

“O tatu mais a mulita,
é lei de sua criação:
se é macho não tem irmã;
se é fêmea não tem irmão.”

Curioso, procurou saber mais sobre o significado da trova e, espantado, percebeu que aqueles matutos sabiam realmente do que falavam, em clara manifestação de sa­bedoria popular, aquela que vem da observação das coisas que ocorrem no dia a dia, que passam de pessoa para pes­soa, de geração para geração.

Obviamente aquelas pessoas simples do sertão nada sabiam a respeito de gêmeos univitelínicos, nada conheciam sobre o processo de desenvolvimento embrionário… Mas já tinham observado por muito tempo e estavam certos de que as ninhadas de tatus e de mulitas (que são também um tipo de tatu) eram sempre constituídas por filhotes semelhantes entre si, todos do mesmo sexo.

Isso é sabedoria popular… Esse é o brasileiríssimo Von Iheringh.

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