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Visitando a Ribeirão Preto de outrora

André Luiz da Silva * 
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Durante o último encontro da União dos Escritores Independentes de Ribeirão Preto – UEI, tive a alegria de reencontrar o dentista e ex-vice-prefeito, Joaquim Alves de Rezende. Entre os poemas juninos e as belas canções apresentadas por Meire Genaro e Alcione Menegaz, lembramos do aniversário de Ribeirão Preto e de uma figura de destaque: Prisco da Cruz Prates. Rezende falava com orgulho de seu contato com Prates e sua linda história de vida e superação. 
 
Segundo a Plataforma Verri, Prisco Prates, nasceu em Caculé, Estado da Bahia, aos 28 de julho de 1889. Trabalhou como pedreiro e cozinheiro em Pitangueiras e chegou à nossa cidade em 1912 se estabelecendo no ramo de comércio de bilhares, além de exercer representação na Companhia de Papéis e Artes Gráficas. Participou da fundação do jornal “A Lanterna”, junto com o professor Aristides Campos e, posteriormente, passou a colaborar nos jornais “O Diário da Manhã” e “A Cidade”, entre outros. No início da década de 80, tomou posse da cadeira n° 8, da nossa estimada Academia de Letras e Artes de Ribeirão Preto (Alarp). 
 
Prisco Prates escreveu alguns livros como “Sonho de um Veterano”, “Relembrando o Passado” e “Ribeirão e os Seus Homens Progressistas”. Meu primeiro contato com sua obra foi durante uma pesquisa onde encontrei um exemplar de “RIBEIRÃO PRETO DE OUTRÓRA” – LIVRO COMEMORATIVO DO CENTENÁRIO DA CIDADE. Lançado em 1956, era uma coletânea de seus textos anteriormente publicados no Jornal A Cidade onde é possível conhecer um pouco mais de nossa cidade, seus moradores, hábitos, tradições e tudo o que envolve a rica cultura ribeirão-pretana.  
 
Durante nosso mandato na Câmara Municipal, conseguimos um verdadeiro resgate histórico em parceria com o então presidente do Instituto do Livro, Edwaldo Arantes e valorosos patrocinadores, possibilitando a republicação da obra cujos exemplares foram distribuídos aos familiares e em escolas públicas. 
 
Em seu prefácio, Prisco aborda a importância de se conhecer o passado de uma cidade tanto para os filhos do lugar, quanto para os que a adotaram como residência. Em 175 páginasfascinantes, o leitor é transportado em uma viagem que nos apresenta uma pequena cidade e sua grande expansão, principalmente após a superação da epidemia de febre amarela, no início do século XX. 
 
Podemos destacar algumas informações presentes na compilação: a visita da família imperial em 1885; em 1888 Ramiro Pimentel lançava “A LUTA”, nosso primeiro jornal; em 1913 Max Bartch plantava as Palmeiras nas praças da cidade; na rua General Osório, existia a Confeitaria e Cinema do José Lourenço que exibia filmes gratuitamente e aspessoas em situação de rua já era uma preocupação quando nossa população era menos de 20 mil habitantes. 
 
Prisco Prates faleceu pouco antes de completar 101 anos, no dia 17 de junho de 1990. A proximidade entre o óbito e o aniversário da cidade talvez seja apenas coincidência, mas também pode ser interpretada como mais um laçounindo o escritor à terra amada. 
 
Nossa cidade soube acolher as pessoas de todas as regiões do Brasil e dos mais longínquos países que, unidas aos filhos e filhas da terra,construíram sua grandezaConhecer, resgatar e preservar sua memória é um desafio que precisa ser enfrentado com determinação para que a Ribeirão Preto do futuro seja cada vez melhor, imitando as virtudes e não repetindo os erros da Ribeirão Preto de Outrora. 
 
* Servidor municipal, advogado, escritor e radialista 

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