Vida Nova, bairro é uma nova ‘cidade’ em Ribeirão

Novo conjunto residencial, localizado na zona Oeste de Ribeirão Preto, terá população de aproximadamente 30 mil pessoas e é maior do que muitas cidades da região 

Na última quinta-feira, 13 de dezembro, a secretária Marta Batista, 47 anos, era um das 4825 pessoas que aguardavam o início da cerimônia em que receberiam a chave de suas novas residências, no conjunto Vida Nova Ribeirão, construído no entorno da Rodovia Alexandre Balbo – Anel Viário Contorno Norte, Km 332,5.

Ela e seu namorado Eder Silva, 49 anos, estavam ansiosos, pois o novo imóvel significará o começo de uma vida a dois, após três anos de namoro. “Como o nome do conjunto já diz será o começo de uma nova vida”, afirmava o casal sem se dar conta que o bairro onde irão morar é maior do que muitas cidades da região de Ribeirão Preto.

Considerado o primeiro bairro totalmente planejado do país, o empreendimento terá no total 6.991 residências, uma população de cerca de 30 mil pessoas e será maior do que vinte e seis municípios da região de Ribeirão Preto.

Só para se ter uma ideia, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado em 2017, para atingir o total de moradores estimado do novo bairro é necessário juntar a população de Dumont, 9.468, de Terra Roxa, 9.221 e de Nuporanga, 7.341 pessoas. A estimativa de moradores no novo residencial foi feita considerando a média de quatro habitantes por residência. Ver a população de cidades da região nesta página.

Só falta o muro

A expectativa de se mudar logo para a nova casa também é compartilhada por Jeferson Campos, 36 anos, que na última quinta-feira levou para a cerimônia de entrega das chaves um pedreiro. O motivo? Assim que terminasse o evento iria mostrar o imóvel para ele e combinar os detalhes finais para a construção do muro em volta de sua nova propriedade. “Assim que a casa estiver murada já mudo para cá”, garantia. A previsão é que a obra esteja pronta dentro em um mês.

Se para Jeferson o que o separa da nova moradia é apenas um muro, para a operadora de telemarketing Viviane de Oliveira ainda faltam três meses para o sonho de mudança se tornar realidade. Isso porque, a casa que ela financiou será entregue no mês de fevereiro. Mesmo assim, na última quinta-feira elafoi conferir, ao lado de sua mãe, dona Jesuína, como será o novo bairro. “Estou muito ansiosa para ter minha casa e conhecer o novo bairro. Como não podia fazer isso antes, porque não era permitido, aproveitei a cerimônia para ver bem pertinho onde vou morar”, comemorava. O conjunto Vida Nova Ribeirão foi lançado em 2017 e faz parto do Programa Minha Casa Minha Vida,do Governo Federal.

Equipamentos públicos

Para atender os moradores dessa nova cidade os empreendedores e a Administração Municipal planejaram a instalação de vários equipamentos públicos. Segundo eles, o bairro contará com Centro de Educação Infantil (CEI), Escola de Ensino Infantil (EMEI), Unidade Básica de Saúde (UBS), Centro de Assistência Social (CRAS), parque linear, praças, playground, campos de areia, quadras poliesportivas, academia ao ar livre, cerca de 4 km ciclovias e mais de 11 km de pista de caminhada. O residencial estará conectado ao emissário do Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão Preto (Daerp) e será atendido pelo sistema de transporte coletivo.

Além das residências, um centro comercial será criado e poderá contar com padarias, supermercados, farmácias, lojas dos mais variados segmentos, salões de beleza, academias de ginástica, restaurantes, entre outros. Serão vendidas 627 áreas comerciais, 244 a mais do que o número de lojas existentes no maior shopping da cidade, que possui 380 unidades. A estimativa dos empreendedores é que os moradores movimentem R$ 21 milhões, por mês, nos novos estabelecimentos do bairro.

De cimento foram utilizados 3 milhões de quilos

Números impressionam

O Residencial Vida Nova Ribeirão tem investimentos de mais de R$ 800 milhões e gerou mais de dois mil empregos diretos e cerca de seis mil indiretos durante a obra. Somadas, as casas representam 326.479 metros quadrados em área construída, em um terreno total de 2.830.297 metros quadrados.

Para a sua construção foram necessários 952,20 quilômetros de piso cerâmico, o equivalente a 229,5 voltas na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro. Se empilhados, dariam 3.173 Torres Eiffel.

De cimento, foram utilizados 3.094.377 quilos, o peso de 573 elefantes. De cabo flexível, o empreendimento consumiu 3.338 quilômetros. Com o material dá para percorrer três vezes o Rio Tietê. Só a metragem das portas das casas são 44.043,30 metros, o equivalente a 11.010 carros populares enfileirados.

Com as telhas, 703.811,13 metros quadrados, daria para cobrir 35 coliseus. O empreendimento consumiu 2.408,04 toneladas de asfalto, o proporcional a 3.127 aviões monomotores enfileirados. No paisagismo, foram utilizados 689.250,30 metros quadrados de grama, que correspondem a 94 estádios do Pacaembu gramados.

De tinta, a obra consumiu 6.128,60 metros cúbicos, que daria para encher 408 caminhões-pipa. De argamassa usinada, foram necessários 69.317 metros cúbicos, o equivalente a 3.465 galões de água de 20 litros.

Foram precisos 11.741,40 metros de guias, que daria para ligar Ribeirão Preto a Pirassununga. O consumo de concreto usinado foi de 83.064 metros cúbicos, que poderia encher 41.532 garrafas de dois litros.

Para o fornecimento de energia foram necessários 1.900 postes de concreto, 152 transformadores, 2095 pontos de iluminação, 18 mil metros de rede primária e 34 mil metros de rede secundária.  Se todos os cabos fossem interligados, daria para quase ligar Ribeirão Preto a Jaboticabal, cidade a 58 quilômetros de distância.