Tribuna Ribeirão
Política

Transerp tem de bancar auditoria, afirma Júnior

ALLAN S. RIBEIRO/ CÂMARA

A Câmara de Vereadores ouviu esta terça-feira, 26 de fe­vereiro, em sessão extraordi­nária, o superintendente da Empresa de Trânsito e Trans­porte Urbano de Ribeirão Pre­to (Transerp), Antônio Carlos de Oliveira Júnior. Ele esteve no Legislativo para explicar porque a companhia de tráfe­go está bancando a auditoria no sistema de bilhetagem eletrônica do transporte coletivo.

“Quero deixar claro que isso não é irregularidade, porque está no regulamento que nós de­vemos fazer a auditoria. O Con­sórcio PróUrbano contrata e a Transerp fiscaliza, como todas as cidades do interior paulista. A cidade de São Paulo é uma exce­ção, porque tem R$ 3 bilhões de incentivo para a administração realizar o serviço”, disse.

A convocação partiu de um projeto de resolução da Mesa Diretora. A licitação – modali­dade pregão presencial – para a contratação de empresa que vai auditar o sistema de bilhetagem eletrônica do transporte coleti­vo da cidade já foi definida. A vencedora é a Stella & Farias Co­mércio e Serviços de Tecnologia Ltda. Venceu o pregão com lan­ce no valor de R$ 156,5 mil para o período de doze meses, ou R$ 13.041,00 mensais

Segundo o projeto aprovado, o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito do Transporte (CPI), instalada e já concluída no Legislativo, apon­tou a existência de diversas irre­gularidades no contrato de con­cessão do transporte coletivo. Uma delas seria a necessidade de a Transerp, como autarquia fiscalizadora, ser a responsável pelo controle de bilhetagem do Consórcio PróUrbano e que este custo deveria ser pago pelo gru­po concessionário.

Em sua justificativa, também cita que o controle de bilhe­tagem hoje é realizado direta­mente pela concessionária, que “vem descumprindo inúmeras cláusulas contratuais”. Antônio Carlos de Oliveira apresentou dados dos trabalhos efetuados pela Transerp e disse que a au­ditoria é feita desde 2015. Se­gundo ele, o pregão presencial foi aberto para garantir con­fiabilidade das informações de bilhetagem eletrônica.

O superintendente diz que o valor para execução do ser­viço já está incluído na tarifa, conforme consta o edital de concorrência, não cabendo à Transerp questionar. Afir­mou ainda que fará indicação à prefeitura para revisão do contrato, que deverá ser feito através da contratação de outra empresa especializada. Presi­dente da CPI que investigou o transporte coletivo na cidade, Marcos Papa (Rede) discorda: “A prefeitura tem que parar de gastar dinheiro dessa forma”.

Os vereadores Fabiano Gui­marães (DEM), Orlando Peso­ti (PDT), Alessandro Maraca (MDB), Marco Antônio Di Bi­nifácio, o “Boni” (Rede) e Lin­coln Fernandes (PDT) – presi­dente da Casa de Leis – também questionaram o superintenden­te e propuseram soluções para melhoria da prestação de servi­ços da Transerp.

A CPI do Transporte con­cluiu seus trabalhos em julho de 2018 e detectou, segundo o parlamentar, várias irregulari­dades, como o fato de a bilhe­tagem do transporte coletivo nunca ter sido fiscalizada de forma correta e que a prefeitu­ra não auditava os dados repas­sados pelo PróUrbano.

O relatório final da CPI foi encaminhado para o Ministério Público Estadual (MPE), através da Promotoria da Cidadania, para o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP), Ministério Público de Contas do Estado de São Paulo, Transerp e prefeitura de Ribeirão Preto. Da­dos do PróUrbano revelam que 150 mil passageiros utilizam dia­riamente o transporte coletivo.

O grupo é formado pe­las empresas Rápido D’Oeste (40%), Transcorp (30%) e Turb (30%). Atualmente, opera 119 linhas com 356 veículos. O con­trato de concessão do transporte coletivo foi assinado em maio de 2012, durante a gestão da ex -prefeita Dárcy Vera (sem parti­do). Ele está sob responsabilida­de do atual governo desde 2017.

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