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Sua carteira de vacinação está em dia?

MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL

Durante a pandemia de co­vid-19, a importância da vaci­nação tem chamado a atenção das pessoas em todo o mundo. Afinal, as vacinas são respon­sáveis por proteger quem as recebe e também a sociedade, por meio da redução do contá­gio. Em consequência da vaci­nação em larga escala, muitas doenças que eram comuns no Brasil deixaram de ser um problema de saúde pública, como poliomielite, sarampo, rubéola, tétano e coqueluche. Embora 90% dos brasileiros re­conheçam que a imunização é importante, apenas 50% verifi­cam a carteirinha de vacinação regularmente. Esses são alguns dados da pesquisa Vacinação no Brasil: a percepção do bra­sileiro sobre a importância da imunização nos dias atuais, re­alizada pelo Ibope, a pedido da Pfizer, em julho de 2020.

O estudo foi conduzido com 2 mil brasileiros na capital de São Paulo e nas regiões metro­politanas do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Salvador e mostra que 1 em cada 5 pessoas só checa se está com as vacinas em dia em casos de solicitação médica, quando algum familiar fala sobre o assunto ou durante surtos, epidemias e pandemias. Além disso, 13% acompanham somente a carteirinha dos filhos e 17% nunca verificam, não têm, não sabem se têm ou onde está o documento. Essa porcentagem sobe para 29% a partir dos 55 anos de idade.

A falta de diálogo com os especialistas também contribui para o panorama de desinfor­mação a respeito da vacinação. Segundo dados da pesquisa, apenas 15% dos entrevistados relataram já ter conversado sobre a importância da imuni­zação com o seu médico. Esse dado acende um sinal de alerta, visto que esse panorama pode desencadear a volta de doen­ças consideradas erradicadas, como o sarampo, que teve mais de 60 mil suspeitas de casos no Brasil em 2019.

Em relação às crianças, que são mais vulneráveis às infecções, a situação é ainda mais preocupante: 33% dos pais atrasaram as imunizações por conta da pandemia ou não sabem como está a situa­ção da vacinação.

“Embora muito se fale sobre imunização neste momento, é importante que a população sempre esteja atenta para as va­cinas requeridas na carteirinha. Apesar de simples, esse ato é capaz de salvar vidas. Quando não prevenidas, diversas enfer­midades podem, juntas, levar a quadros de saúde graves e de difícil identificação”, afirma a diretora médica da Pfizer Bra­sil, Márjori Dulcine.

A pesquisa também reve­lou uma mudança positiva em relação ao tema com a pande­mia. Entre os entrevistados, 27% passaram a se informar mais sobre vacinas ou passa­ram a acreditar que a vacina­ção é importante para evitar doenças. Outro dado interes­sante é que 90% afirmaram ter a intenção de tomar as vacinas recomendadas para a sua faixa etária no próximo ano.

Apesar de o Programa Nacional de Imunização brasileiro ser uma referência mundial, a alta taxa de
cobertura que sempre foi sua característica vem regredindo nos últimos anos – FOTO: TÂNIA RÊGO/AGÊNCIA BRASIL

Medos envolvidos
Apesar de o Programa Na­cional de Imunização (PNI) brasileiro ser uma referência mundial, a alta taxa de cober­tura que sempre foi sua carac­terística vem regredindo nos últimos anos. Segundo dados do Unicef, no Brasil, na Bolí­via, no Haiti e na Venezuela, a cobertura vacinal caiu em pelo menos 14 pontos percentuais desde 2010.

Além da desinformação, o medo também contribui para esse cenário. Dados pesquisa realizada pelo Ibope mostram que 18% dos entrevistados afir­maram que, em tempos de pan­demia, estão em dúvida sobre se vacinar ou vacinar familiares, pois não sabem ao certo se é se­guro sair para isso. Esse número sobe para 23% na faixa etária de 25 a 34 anos. Finalmente, 10% das pessoas ouvidas preferem não sair de casa para imunizar a si ou seus familiares neste momento, mesmo com todos os cuidados de prevenção e de distanciamento social.

Outros receios também fa­zem parte dos desafios da va­cinação. Cerca de um em cada quatro entrevistados (26%) relatou sentir medo de ter pos­síveis efeitos colaterais graves e 22% teme efeitos colaterais le­ves; e um em cada cinco (20%) teme que o local de vacinação não tome todos os cuidados de higiene necessários ou que a vacina não tenha sido armaze­nada corretamente.

Doenças pneumocócicas
De acordo com a pesquisa, as vacinas mais tomadas por adultos após os 18 anos, nas regiões pesquisadas, são as da gripe (61%) e febre amarela (53%). Por outro lado, os imu­nizantes que combatem as do­enças pneumocócicas ocupam o segundo lugar entre as me­nos tomadas, perdendo ape­nas para a imunização contra o herpes zoster.

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