Tribuna Ribeirão
Saúde

SP adia divulgação de eficácia de vacina

REUTERS

O governador João Doria (PSDB) anunciou nesta segun­da-feira, 14 de dezembro, que o estudo clínico conclusivo da va­cina do Instituto Butantan con­tra o coronavírus será divulgado em 23 de dezembro, e não mais nesta terça-feira (15), como esta­va programado.

A medida dá mais agilida­de aos trâmites de certificação na Agência Nacional de Vigi­lância Sanitária (Anvisa) e de­mais órgãos internacionais de saúde. “Os brasileiros querem agilidade, querem as vacinas e sua proteção. Não aguentam mais viver em meio a uma pandemia que mata, hoje, mais de 600 brasileiros por dia”, afir­ma o governador.

“Quanto mais rápido vaci­narmos de forma segura e pla­nejada, mais vidas serão salvas no Brasil. Vamos vacinar ime­diatamente, começando em ja­neiro. É possível com as vacinas que estiverem disponíveis, não importa a sua origem”, acres­centa Doria.

A decisão atende a uma re­comendação do comitê interna­cional independente que acom­panha a pesquisa desenvolvida em parceria entre o Butantan e a biofarmacêutica Sinovac Bio­tech. O instituto brasileiro e a empresa chinesa decidiram en­cerrar a fase três do estudo clíni­co no país nesta semana, já que o patamar ideal de 154 voluntários com diagnóstico positivo de co­ronavírus foi superado.

O estudo é conduzido pelo Butantan em 16 centros de pes­quisa espalhados por sete esta­dos e o Distrito Federal. Cerca de onze mil profissionais de saúde concordaram em participar da pesquisa. Na região, participam dos testes o Hospital das Clíni­cas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universi­dade de São Paulo (HCFMRP/ USP) e o Hospital do Amor, em Barretos.

O HC já finalizou a primei­ra fase de testes da nova vacina contra o coronavírus. Foram se­lecionados 300 voluntários. No teste duplo-cego, metade deles recebeu duas doses da vacina, enquanto os demais tiveram a aplicação de placebo. Hoje, a fase 3 do Butantan registra 170 voluntários contaminados.

O estudo conclusivo vai me­dir a taxa de eficácia do imu­nizante comparando quantos receberam a substância inócua e quantos tomaram a vacina. A taxa mínima recomendada pela própria Anvisa é de 50% como parâmetro de proteção.

O pedido de registro da va­cina na Anvisa deve ser feito simultaneamente à apresen­tação do estudo conclusivo. A mesma solicitação será igual­mente levada à NMPA (Natio­nal Medical Products Admi­nistration), instituição chinesa responsável pela regulação de medicamentos.

A expectativa do governo de São Paulo é obter o registro da vacina do Butantan até o fi­nal deste ano. O Plano Estadual de Imunização prevê início da campanha em 25 de janeiro, com a autorização da Anvisa ou de órgãos internacionais equi­valentes, conforme previsto na legislação brasileira.

Desde a última quarta (6), o Butantan já produziu um mi­lhão de doses do imunizante. “Não é uma vacina apenas para o Brasil, é uma vacina para o mundo”, afirma o diretor do Ins­tituto Butantan, Dimas Covas. “Atingimos a meta deste estudo clínico que permitirá o registro desta vacina no Brasil, na China e no mundo”, conclui.

A capacidade de envase di­ário planejado para a vacina do Butantan contra a covid-19 é entre 600 mil a um milhão de doses. O primeiro lote terá apro­ximadamente 300 mil doses. Até janeiro, 40 milhões de doses da vacina deverão ser produzidos no local, totalizando 60 milhões de unidades, o suficiente para imunizar 30 milhões de pessoas.

Em novembro a revista cien­tífica Lancet Infectious Diseases, uma das mais importantes no mundo, publicou os resultados de segurança da Coronavac nas fases 1 e 2, realizados na China, com 744 voluntários. A publi­cação mostrou que a vacina é segura e tem capacidade de pro­duzir resposta imune em 97% dos casos no prazo de até 28 dias após a aplicação.

Até o fim de março, o go­verno de São Paulo estima que quase 20% dos 46 milhões de habitantes do estado estejam imunizados com duas doses da CoronaVac. A partir do dia 8 de fevereiro, serão imunizados os idosos com 75 anos ou mais.

Na semana seguinte, a partir do dia 15 de fevereiro, será a vez dos idosos entre 70 a 74 anos. No dia 22 de fevereiro, receberá a imunização a faixa etária de 65 a 69 anos. Por fim, no dia 1º março, serão vacinados os indi­víduos de 60 a 64 anos.

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