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Sevandija Defesa de Dárcy tem 129 páginas

SÉRGIO MASSON/ARQUIVO TRIBUNA

A advogada Maria Cláudia Seixas, que representa a ex-pre­feita Dárcy Vera (sem partido), entregou ao juiz Lúcio Alberto Enéas da Silva Ferreira, da 4ª Vara Criminal de Ribeirão Pre­to, um calhamaço com 129 pá­ginas com a defesa da ex-chefe do Executivo ribeirão-pretano. Ré em uma das ações penais da Operação Sevandija, a que investiga fraude no pagamento de honorários advocatícios em processo de perdas inflacioná­rias dos servidores públicos, ela está na Penitenciária Feminina Santa Maria Eufrásia Pelletier, em Tremembé, no Vale do Pa­raíba, desde 19 de maio do ano passado.

A advogada de Dárcy Vera contesta a delação premiada do presidente destituído do Sindi­cato dos Servidores Municipais (SSM/RP), Wagner Rodrigues, que a acusa de ter recebido propina de R$ 7 milhões da ex -advogada da entidade, Maria Zuely Alves Librandi, também detida em Tremembé. A defesa da ex-prefeita ainda diz que o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organi­zado (Gaeco) rastreou contas e propriedades e não encontrou o suposto dinheiro ilícito que ela teria recebido.

Agora, o juiz da 4ª Vara Criminal aguarda apenas os argumentos da defesa de Ma­ria Zuely – os advogados dela dizem que os documentos de­vem ser apresentados em uma semana. Depois das alegações finais, o magistrado poderá emitir sentença. Será a primei­ra das três ações penais da Se­vandija a definir se os acusados são culpados ou inocentes. Os demais réus já se manifestaram por meio de seus advogados. As outras frentes investigam fraudes e corrupção na Com­panhia de Desenvolvimento Econômico (Coderp) e no De­partamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto (Daerp).

A ex-prefeita já teve doze pedidos de liberdade negados em várias instâncias – na 4ª Vara Criminal de Ribeirão Preto, no Tribunal de Justiça de São Pau­lo (TJ/SP), no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal (STF). Juízes, desembargadores e ministros negaram todos os recursos apre­sentados pela equipe da advoga­da Maria Cláudia Seixas. Dárcy Vera responde por corrupção passiva, organização criminosa e peculato – quando alguém tira proveito do cargo público que exerce em benefício próprio ou de terceiros.

A defesa alega que a ex-pre­feita é inocente. A Operação Sevandija foi deflagrada en 1º de setembro de 2016 por uma força-tarefa formada pelo Ga­eco e Polícia Federal (PF). Em 4 de abril deste ano, os promo­tores entregaram ao juiz Lúcio Alberto Enéas da Silva Ferreira o relatório final da investigação que envolve a suposta fraude no pagamento de honorários ad­vocatícios de uma ação ganha pelos servidores referente às per­das econômicas do Plano Collor (década de 1990), a única em que Dárcy Vera é ré. O Ministé­rio Público Estadual (MPE) de­fende a condenação da ex-chefe do Executivo e pede pena máxi­ma para ela. Se for condenada, pode pegar 30 anos.

Além dela, outras cinco pes­soas são rés nesta ação penal. O relatório tem 193 páginas. Os demais réus respondem por associação criminosa, corrup­ção ativa e passiva e peculato. O ex-presidente do SSM/RP diz que a Dárcy Vera recebeu R$ 7 milhões de propina. Ela nega. A ex-prefeita também já foi conde­nada a cinco anos de prisão em regime semiaberto pelo desvio de R$ 2,2 milhões provenien­tes do Ministério do Turismo (MTur) para realização de uma das etapas da Stock Car, em 2010, primeiro ano da competi­ção na cidade e que levou cerca de 45 mil pessoas à Zona Sul.

Durante um seminário so­bre corrupção na Universidade de São Paulo (USP) que contou com a presença do jurista Wal­ter Maierovitch, estudantes de Direito apresentaram um es­tudo sobre a Operação Sevan­dija. Dizem que com R$ 200 milhões seria possível cons­truir 168 mil casas populares, construir dez creches e mantê -las por seis anos ou bancar as despesas com medicamentos distribuídos pela rede pública durante 20 anos. O Gaeco, po­rém, acredita que o valor des­viado supere R$ 245 milhões.

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