Tribuna Ribeirão
Cultura

Sepultura lança álbum SepulQuarta

MARCOS HERMES

O lançamento de um novo álbum é a entrega da criatividade e dedicação dos músicos ao público – e foi exatamente neste momento que o Sepultura foi forçado a ficar longe dos palcos: a banda havia recém-lançado o disco Quadra quando a pan­demia do novo coronavírus foi deflagrada, obrigando o grupo a zerar sua agenda, que já listava turnês pelos Estados Unidos e pela Europa.

Frente a esse cenário, o quarteto estreitou a conexão com os fãs por meio do evento semanal SepulQuarta, em que os músicos recebiam amigos e conhecidos para bate-papos, contação de histórias e jam sessions. Agora, o projeto dá nome ao novo álbum do Se­pultura, já disponível nas pla­taformas de streaming e em versões físicas, tanto em CD quanto em disco de vinil. Um registro audiovisual da session de “Slave New World”, com participação de Matt Heafy, vocalista e guitarrista da ban­da de heavy metal Trivium, acompanha a chegada da obra e está disponível no canal de YouTube do conjunto.

A coletividade guiou o processo de criação da ban­da: junto dos músicos con­vidados, que em sua maioria já havia dividido palco com o Sepultura, os integrantes decidiram qual faixa seria gravada no decorrer das li­ves. “Nós quisemos chamar pessoas com as quais já tivés­semos conexões, com quem fizemos turnê ou artistas que admiramos”, conta Derrick Green, vocalista do grupo ao lado de Andreas Kisser (gui­tarra), Eloy Casagrande (ba­teria) e Paulo Xisto (baixo).

Para o vocalista, a esco­lha de Matt Heafy para “Sla­ve New World “foi até meio óbvia” neste sentido, visto que a Trivium tem uma ver­são própria da faixa. “O disco foi se criando, não foi pla­nejado. E criar dentro dessa dinâmica é uma coisa muito nova pra gente”, explica An­dreas, principal responsável por organizar os conceitos a serem explorados pela ban­da. SepulQuarta fez a banda gravar “sem pensar demais, focando na performance e no momento”, comenta o guitar­rista.

Das 28 músicas apresen­tadas na série de vídeos, 15 foram selecionadas para o novo álbum. A tracklist passa por faixas menos frequentes nos setlists dos shows do Se­pultura, como “Apes Of God”, “Hatred Aside” e “Slaves of Pain”, mas também pelas composições mais frequen­tes, como “Ratamahatta”, “Sepulnation” e “Kaiowas”. A criação do encontro semanal permitiu ainda que o quarte­to pudesse jogar luz em dife­rentes assuntos importantes da atualidade, como a banda já fez em outras oportunida­des – a exemplo do clássico disco Roots (1996), no qual a música indígena é a maior referência. Temas como a questão ambiental e a depres­são foram abordados em pa­pos com jornalistas e outros especialistas. Além disso, por meio de parcerias com ONGs, a cada semana o Sepultura ajudou na arrecadação de verba para causas distintas. “Foi um trabalho fantástico, a gente cresceu não só como músicos, mas como pessoas”, destaca Andreas.

Com o disco no mundo, o Sepultura se prepara para retornar aos palcos na reto­mada da agenda de shows interrompida pela pandemia. A primeira cidade a receber a apresentação que compi­la toda a energia acumulada pelo grupo neste tempo sem apresentações é Copenhague, capital da Dinamarca, no dia 4 de novembro.

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