Tribuna Ribeirão
Economia

Safra de grãos deve ser recorde em 2022

© CNA/Wenderson Araujo/Trilux

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o Instituto Brasileiro de Geogra­fia e Estatística (IBGE) divul­garam nesta quinta-feira, 10 de março, suas projeções para a safra de grãos 2021/2022. Am­bos preveem aumento na pro­dução e novo recorde no cam­po, mas também reduziram as previsões de crescimento em relação aos estudos divulgados em fevereiro.

A safra de grãos 2021/2022 deve alcançar 265,7 milhões de toneladas, um crescimento de dez milhões de toneladas na comparação com o ciclo ante­rior, novo recorde, informa a Conab. A estimativa, que faz parte do sexto levantamento da safra, aponta ainda para um aumento de 4,3% na área desti­nada à plantação, estimada em 72,7 milhões de hectares.

Segundo a Conab, o au­mento na área plantada se deve à incorporação de três milhões de hectares, em sua maioria voltados para as plantações de soja e de milho. Apesar da expectativa de aumento na co­lheita, quando comparada com o resultado obtido no período 2020/21, há uma leve perda na produção de 0,9% sobre o vo­lume divulgado em fevereiro, quando eram esperadas 268,2 milhões de toneladas.

A Conab diz que a queda é reflexo da forte estiagem ve­rificada, sobretudo, nos esta­dos da Região Sul do país e no centro-sul de Mato Grosso do Sul. A Conab diz ainda que as atenções estão voltadas para a colheita da safra da soja, que já ultrapassa 50%. No total, fo­ram plantados 40,7 milhões de hectares, acréscimo de 3,8% na área plantada em relação à sa­fra 2020/2021. A expectativa é que a produção alcance 122,76 milhões de toneladas.

Segundo a Conab, o avanço da colheita da soja dita o ritmo do plantio do milho segunda safra. Atualmente, a empresa estima que a área destinada ao milho já está em 74,8% semea­da. O destaque vai para o estado de Mato Grosso com 94% plan­tado. A previsão é de um plantio em uma área aproximada de 16 milhões de hectares, o que re­presenta um acréscimo de 6,7% à safra anterior.

A expectativa da Conab é que a produção total do cereal cresça 29%, podendo chegar a 112,3 milhões de toneladas. O incremento é impulsionado pelo melhor desempenho prin­cipalmente da segunda safra do grão, que tende a passar de 60,7 milhões de toneladas no perío­do 2020/21 para 86,2 milhões de toneladas na atual temporada.

A Conab disse ainda que também há expectativa de cres­cimento para a safra do algodão. O levantamento divulgado nesta quinta-feira aponta um incre­mento de 19,7% na produção da fibra, podendo chegar a aproxi­madamente 6,9 milhões de to­neladas, sendo 2,82 milhões de toneladas apenas da pluma.

Já a safra de feijão foi pre­judicada parcialmente e vai apresentar perdas, em razão de “adversidades climáticas” espe­cialmente no primeiro ciclo da cultura. A Conab informa que as lavouras de segunda safra da leguminosa estão em implan­tação ou em pleno desenvol­vimento, com perspectiva de alcançar um bom resultado.

Isso garantiria o abasteci­mento do mercado consumidor, equilibrando a oferta do grão. No caso do arroz, a Conab prevê redução tanto na área cultivada quanto de produtividade. Com isso a produção estimada é de 10,3 milhões, queda de 12,1% em relação à safra 2020/21.

IBGE
A safra nacional de grãos deve alcançar 261,6 milhões de toneladas em 2022, novo re­corde, segundo a estimativa de fevereiro do Levantamento Sis­temático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado pelo IBGE. O volume representa um recuo de 3,8% na comparação com a esti­mativa do mês anterior. Apesar disso, segundo o IBGE, a colhei­ta deve avançar 3,3% em relação à de 2021, quando atingiu 253,2 milhões de toneladas, um novo recorde na série histórica.

Além disso, os produtores brasileiros deverão colher área de 71,2 milhões de hectares na safra agrícola de 2022, uma ele­vação de 3,9% em relação à área colhida em 2021. Produção da principal commodity do país, a soja deve alcançar 123,0 milhões de toneladas, o que representa redução de 6,7% na comparação com a estimativa de janeiro e de 8,8% frente ao último ano.

Com a queda estimada em 1,1% em relação ao mês ante­rior e alta de 23,9% em relação a 2021, a produção de milho deve chegar a 108,7 milhões de tone­ladas. O arroz deve ter produção de 10,7 milhões de toneladas, volume que vai corresponder a recuo de 3,2% ante o mês ante­rior e de 7,9% ao ano anterior. As culturas de soja, de milho e de arroz equivalem a 92,7% da estimativa da produção e res­pondem por 87,7% da área a ser colhida em 2022.

Fertilizantes
A Conab apresentou ainda o percentual de participação dos fertilizantes nos custos para as culturas de soja, milho e tri­go. De acordo com o estudo, atualmente a participação fica dentro de uma margem entre 30% a 40% nos custos variáveis, a depender da região produtora e do produto analisado. A pre­ocupação é que o conflito entre a Rússia e a Ucrânia prejudique o fornecimento do insumo, au­mentando o custo da produção e, consequentemente, os preços ao consumidor.

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