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RP deve R$ 717 mi a longo prazo

ALFREDO RISK

Levantamento feito pelo vereador Lincoln Fernandes (PDT), junto à Secretaria Mu­nicipal da Fazenda, revela que a dívida fundada do município de Ribeirão Preto – envolve os compromissos de pagamento com prazos superiores a doze meses – é de R$ 717 milhões, 19,2% de todo o orçamento da cidade para este ano, de R$ 3.726.647.052, valor recorde.

O levantamento foi feito por meio de requerimento protocolado no dia 24 de janei­ro e respondido pelo secretário da Fazenda, Afonso Reis Du­arte. Se comparado ao último ano do governo Dárcy Vera (sem partido), em que a dívida consolidada era de R$ 681 mi­lhões, houve aumento real de R$ 36 milhões, ou 5,3%.

Boa parte deste endivida­mento, segundo os dados da Fazenda Municipal, tem re­lação com o fato de a gestão do prefeito Duarte Nogueira (PSDB) contrair, nos últimos quatro anos, empréstimos de quase R$ 442 milhões. De acordo com o vereador, o volu­me de financiamentos contra­tados no quadriênio criou um panorama preocupante para as próximas administrações.

Para o antigo Daerp – atual Secretaria Municipal de Água e Esgoto de Ribeirão Preto (Saerp) –, por exemplo, foram R$ 121 milhões, utilizados no Programa de Gestão, Controle, Redução de Perdas de Água e Eficiência Energética. O con­trato, assinado com a Caixa Econômica Federal em março de 2021, previa a redução das perdas totais de água em 50% até o final de 2021.

“Algo bem difícil de acredi­tar vendo o que acontece dia­riamente em Ribeirão Preto. Esse empréstimo, por exemplo, só terminará de ser pago em outubro de 2037”, diz Lincoln Fernandes. A planilha com a dívida fundada enviada para o parlamentar pela Secretaria da Fazenda traz ainda, emprésti­mos para a segurança pública, limpeza urbana e infraestrutura, num total de R$ 75 milhões.

Esse montante compreen­de, por exemplo, a iluminação de praças públicas e serviços de zeladoria em geral. O valor é proveniente do Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa). “Esse é um efeito bola de neve em que a cidade pede cada vez mais dinheiro empres­tado aos bancos e com isso fica sem capacidade de investimento próprio”, diz Fernandes.

“A exemplo do próximo prefeito, que vai herdar R$ 391 milhões só em empréstimos na próxima gestão. Isso se a dívida não aumentar”, ressalta o parla­mentar. Por meio de nota, a pre­feitura informa que, após sanar as finanças públicas durante os quatro primeiros anos de ges­tão, tornou possível o resgate das certidões de regularidade fiscal e que a cidade hoje apre­senta nota B no ranking Capa­cidade de Pagamento (Capag) do Tesouro Nacional.

“Também é importante es­clarecer que entre os anos de 2016 e 2021 houve uma redução de 18,18% na dívida fundada do município mesmo com todas as despesas anteriores a esta admi­nistração (déficit acumulado de R$ 321 milhões, incluindo a fo­lha de pagamentos dos servido­res que estava em atraso, restos a pagar de anos anteriores que somavam mais R$ 307 mi­lhões, a dívida de longo prazo mais R$ 681 milhões e uma dí­vida de curto prazo de R$ 334 milhões, totalizando R$ 1,643 bilhão)”, diz o texto.

E conclui: “Com a saúde fi­nanceira saudável, hoje, a cidade possui capacidade de investir em obras que de fato beneficiam a população de Ribeirão Preto que aumentou, segundo a últi­ma estimativa do Instituto Bra­sileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para 720.116 habitantes. Portanto investimentos em in­fraestrutura, mobilidade urbana e saneamento básico são priori­dades neste momento”.

A redação final da Lei Orça­mentária Anual (LOA) de 2022 foi aprovada no Legislativo em 13 de dezembro, por doze votos a favor e nove contra. Em pri­meira discussão, foram 15 vo­tos a favor e seis contra. Apesar das alterações, e da redução da arrecadação prevista para 2022, o Orçamento Municipal tem valor recorde, com receita total estimada em R$ 3.726.647.052 – antes era de R$ 3.728.645.262, ou seja, R$ 1.998.210 a menos, referente ao corte de despesa da administração indireta.

São R$ 203.953.387 a mais que os R$ 3.522.693.665 pre­vistos para 2021, alta de 5,8%. Do total estimado para este ano, e contando com a fatia de R$ 422.736.000 da Saerp, R$ 3.162.845.360 são da admi­nistração direta (84,9%) e R$ 563.801.692 da indireta (15,1%). Para 2021, as estimativas indi­cam R$ 2.652.107.920,00 (ou 75,3%) e R$ 870.585.745,00 (ou 24,7%), respectivamente.

Arrecadação
A prefeitura de Ribeirão Preto espera arrecadar R$ 1.212.400.581 com impostos taxas e outros tipos de con­tribuições neste ano. São R$ 439.000.000 referentes ao Im­posto Predial e Territorial Ur­bano (IPTU) e R$ 347.031.450 do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), além do Imposto sobre Trans­ferência de Bens Imóveis (ITBI).

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