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RIBEIRÃO PEDE VERDE – Cidade precisa de 30 mil árvores

FOTOS: ALFREDO RISK

Adriana Dorazi – especial para o Tribuna

A prefeitura de Ribeirão Preto contratou uma empresa para realizar, entre março e no­vembro de 2021, levantamento de arborização de acompa­nhamento viário. Na prática o objetivo foi quantificar a co­bertura vegetal de ruas, aveni­das e canteiros centrais na área urbana, compondo um “mapa” do verde na cidade.

O investimento nesse estu­do foi de R$ 138 mil, dinheiro do Fundo Pró-Meio Ambien­te. A partir da amostra de 10% da malha viária municipal (290,8 quilômetros lineares de calçadas em 80 subsetores) ficou demonstrado que havia 28.811 vazios arbóreos, ou seja, uma quantidade maior do que árvores e arbustos en­contrados. Isso significa 99 vazios arbóreos a cada quilô­metro linear de calçada.

Esses “vazios” são os espa­ços disponíveis nas calçadas para novos plantios de árvo­res. A média em toda a cida­de é de 12,71% de índice de cobertura vegetal, sendo que apenas 3 subsetores possuem cobertura acima de 30%, que seria considerada ideal.

Para a secretária do Meio Ambiente de Ribeirão Preto, Catherine D’Andrea, a situ­ação é alarmante. “A cober­tura vegetal de Ribeirão está bem abaixo dos indicadores ideais. Estudos bioclimatoló­gicos realizados em cidades de porte grande em países de clima temperado concluíram que somente a partir de 30% de cobertura vegetal é possí­vel verificar uma contribui­ção de melhoria no balanço energético no conjunto do sítio urbano”, explica.

Apenas 3 subsetores da cidade possuem cobertura acima de 30%, que seria considerada ideal

“Por isso estamos traba­lhando fortemente em planos de ações para melhoria das condições de vegetação, como por exemplo o Plano de Mu­danças Climáticas, o Plano de Arborização Urbana, o Plano de Recuperação de Nascentes e o Plano da Mata Atlântica e Cerrado. Esses planos estão estabelecidos na revisão do Código do Meio Ambiente que está em fase final de elabo­ração. No entanto a Secretaria do Meio Ambiente está se an­tecipando e já preparando os materiais”, completa.

Centro necessitando de mais verde
O Centro acende a luz vermelha quando o assunto é cobertura verde. Apresenta condições tidas como de de­serto, pois o índice é inferior a 5%. “Todo esforço em manter e ampliar a cobertura vegetal de porte arbóreo no quadri­látero central deve ser feito pelo Poder Público local, pois a aridez desta região da cidade, sobretudo no final do período de estiagem, se ca­racteriza como um ambiente insalubre”, diz o estudo.

Uma importante discussão a ser feita sobre a variação desse índice em cada setor da cidade e no decorrer do ano é que nos meses em que mais se necessi­ta do serviço ecossistêmico do verde urbano para melhorar a qualidade do ar – meses de ju­lho, agosto e setembro -, os va­lores são mais baixos. De acor­do com a Secretaria do Meio Ambiente (SMA) a arboriza­ção das calçadas, ruas e aveni­das, atualmente é de responsa­bilidade dos empreendedores dos loteamentos, de acordo com a Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo vigente (Lei 2157/2007).

O Centro acende a luz vermelha quando o assunto é cobertura verde

Antes da promulgação des­ta lei não havia obrigatorieda­de para novos parcelamentos, de plantio de arvores nos pas­seios e nos canteiros centrais das avenidas. “Por esse moti­vo percebemos que os bairros mais antigos são os que pos­suem mais déficits de arboriza­ção urbana. Além disso, mui­tas vezes a população não se preocupa em manter ou fazer o plantio de árvores em frente as suas casas”, frisa Catherine.

Por outro lado, alguns gru­pos se mobilizam para realizar plantios voluntários em áreas públicas. Essa ação é impor­tante para o município, po­rém deve haver autorização e orientação da Secretaria do Meio Ambiente quanto ao lo­cal, espécies e procedimentos adequados para o plantio. “É importante que a população se conscientize da necessida­de do aumento da cobertura vegetal na nossa cidade para contribuir com as ações con­tra mudanças climáticas, pro­porcionando maior conforto e qualidade de vida”, ressalta.

Planejar para melhorar
A principal função deste inventário é munir o poder público local de informações atualizadas que subsidiem uma gestão eficiente do ver­de urbano. A SMA já realizou eventos públicos para apre­sentar resultados preliminares para representantes de empre­sários e ONGs interessadas vi­sando planejamento e manejo da vegetação urbana.

Para a secretária do Meio Ambiente de Ribeirão Preto, Catherine D’Andrea, a situação é alarmante

A empresa responsável pelo inventário foi a Ecossis Solu­ções Ambientais. O aferidor dos serviços foi o funcionário Perci Guzzo, especialista em Ciências Ambientais, da SMA. A maior parte das árvores encontradas é de pequeno porte (menores que 6 metros), estão saudáveis, mas precisam de poda correta na maioria dos casos.

A secretária convida a po­pulação para contribuir na missão de incluir mais 30 mil árvores na cobertura verde de ruas, avenidas e canteiros cen­trais. “Os voluntários podem contribuir solicitando autori­zação e indicação de áreas para plantios. A orientação das es­pécies mais indicadas é feita pelos técnicos da secretaria no momento do pedido de auto­rização do plantio voluntário e também estão disponibilizadas na Cartilha de Arborização Urbana e em folhetos expli­cativos distribuídos no Horto Municipal. O horto disponibi­liza mudas para a população e orienta o plantio”, finaliza.

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