Tribuna Ribeirão
Política

Prefeito entrega defesa de contas

JF PIMENTA/ARQUIVO

O prefeito Duarte No­gueira Júnior (PSDB) proto­colou na última terça-feira, 3 de março, na Câmara de Vereadores, o relatório de 87 páginas em que defende a aprovação das contas de sua administração referentes a 2017, primeiro ano do tuca­no à frente da prefeitura de Ribeirão Preto. Em setembro do ano passado, a 1ª Câmara do Tribunal de Contas do Es­tado de São Paulo (TCESP) emitiu parecer favorável com “severas ressalvas” aos balan­ços apresentados pelo Palácio Rio Branco.

O parecer, enviado ao Le­gislativo de Ribeirão Preto em 29 de janeiro deste ano, alerta a prefeitura sobre a re­petição sistemática de falhas, que poderá levar à emissão de parecer desfavorável às futuras contas municipais. Entre os apontamentos que o relatório faz estão, por exem­plo, a insuficiência de caixa do município para fazer fren­te às obrigações de curto pra­zo. Na época, o Índice de Li­quidez Imediata da prefeitura era de R$ 0,63. Ou seja, para cada R$ 1 de dívida havia, no período auditado, disponível em caixa apenas R$ 0,63.

Em sua conclusão, o con­selheiro relator do TCESP, Samy Wurman, escreve: “que o município adote medidas necessárias à evolução do planejamento orçamentário mediante a melhor estru­turação administrativa e o aperfeiçoamento de critérios e parâmetros e da identifica­ção de demandas populares, para evitar déficits, excessi­vas alterações orçamentárias, descumprimentos de limites e obrigações, e redução de in­vestimentos, além de afastar eventuais prejuízos ao equilí­brio da gestão fiscal”.

Em sua defesa, o prefeito afirma que a fiscalização do TCESP destacou como “em boa ordem” os principais in­dicadores de gestão munici­pal. Cita também que “é fato público que a atual gestão se deparou, em 1º de janeiro de 2017, com um caos ad­ministrativo de ordem avas­saladora nas contas públicas municipais. Para tanto, basta analisar que os exercícios de 2013 a 2015 tiveram emis­são de parecer desfavorável, como também a existência de ações penais em face de alguns dos responsáveis pela gestão administrativa ante­rior, cuja atuação da Policia Federal se denominou Ope­ração Sevandija”, diz trecho do relatório.

Sobre os investimentos municipais, a defesa afirma que mesmo considerando o momento de dificuldade financeira, a prefeitura deci­diu manter o foco em gastos essenciais para os cidadãos, como as áreas da saúde e da educação. Diz o texto: “A educação teve um gasto de 25,77% das receitas resul­tantes de impostos e trans­ferências, que equivaleu R$ 400.434.582. Caso houvesse sido tomada a decisão de aplicar apenas o mínimo constitucional de 25%, terí­amos uma aplicação de R$ 385.515.781. Ou seja, hou­ve uma aplicação maior na educação no valor de R$ 14.918.801,00”.

Já na área da saúde a pre­feitura afirma que tem inves­tido mais do que a aplicação mínima constitucional obri­gatória de 15% das receitas resultantes de impostos e transferências de impostos, o que equivaleria a um gasto de R$ 230.504.023. Conside­rando a aplicação atingida de 24,42%, cujo valor gasto foi de R$ 375.275.345, atingiu-se um gasto acima do mínimo no valor de R$ 144.771.322.

Atualmente, as contas de 2017 e a defesa do prefeito estão na Comissão de Finan­ças, Orçamento, Fiscalização, Controle e Tributária da Câ­mara, onde serão analisadas no prazo máximo de até 90 dias. Depois da emissão de parecer – favorável ou não –, os vereadores levarão o re­latório para votação em em plenário. Isso terá de ser feito até 28 de julho deste ano.

Dárcy Vera
O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP) e a Câmara de Vereadores de Ribeirão Preto já rejeitaram cinco das oito prestações de contas dos dois mandatos (2009-2016) da ex-prefeita Dárcy Vera. Foram rejeitados os balancetes de 2010, 2012, 2013, 2014 e 2015. Apenas os balanços de 2009 e 2011 foram aprovados. O de 2016 ainda não foi enviado ao Legislativo.

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