Tribuna Ribeirão
Economia

Preços na porta da fábrica caem 0,12%

MARCELLO CASAL JR./AG.BR.

O Índice de Preços ao Pro­dutor (IPP), que inclui preços da indústria extrativa e de transformação, registrou que­da de 0,12% em dezembro de 2021, informou nesta terça­-feira, 1º de fevereiro, o Insti­tuto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de novembro de 2021 foi revisada de uma alta de 1,31% para uma elevação de 1,46%.

O IPP mede a evolução dos preços de produtos na “porta da fábrica”, sem impostos e fretes, da indústria extrativa e de 23 setores da indústria de transfor­mação. Com o resultado de de­zembro, o IPP de indústrias de transformação e extrativa acu­mulou aumento de 28,39% em 2021 fechado, a maior alta anual da série histórica do indicador, iniciada em 2014.

Considerando apenas a in­dústria extrativa, houve queda de 12,77% em dezembro, após o recuo de 5,21% registrado em novembro. Em 2021, o IPP da indústria extrativa acumulou alta de 13,83%. Já a indústria de transformação registrou aumen­to de 0,63% em dezembro, ante uma alta de 1,89% no IPP de no­vembro. Em 2021 fechado, a alta do IPP da indústria da transfor­mação ficou em 29,24%.

Apesar da queda de 0,12% no preços dos produtos indus­triais na porta da fábrica em de­zembro, 17 das 24 atividades re­gistraram altas no último mês de 2021. A queda foi puxada pelas indústrias extrativas, cuja queda de 12,77% teve impacto nega­tivo de 0,71 ponto percentual (p.p.) no indicador agregado.

Quando se olha para o acu­mulado de 2021, todas as 24 atividades fecharam com alta de preços. A alta recorde de 28,39% no IPP foi puxada pelos preços de refino de petróleo e biocom­bustíveis. Com um salto de 69,72%, a atividade teve impacto positivo de 5,88 p p. na variação agregada do indicador.

A forte alta anual foi regis­trada apesar do alívio registrado em dezembro. No último mês do ano, os preços da atividade de refino de petróleo e biocombus­tíveis caíram 1,52%. Outros des­taques em termos de impacto foram produtos químicos (5,14 p.p.), alimentos (4,77 p.p.) e me­talurgia (2,73 p.p).

O IBGE chama a atenção para os preços da indústria de alimentos. Segundo o insti­tuto, a alta de 2,09% em de­zembro de 2021 foi a sexta seguida. Na variação anual, 2021 foi o terceiro ano segui­do em que os preços do setor avançaram acima de 10%: em 2019, 10,14%; em 2020, 30,40%; e, em 2021, 18,57%.

Segundo o IBGE, “apenas dois produtos, carnes de bovi­nos frescas ou refrigeradas e re­síduos da extração de soja, apa­recem, na perspectiva mensal, tanto na lista de produtos que figuram entre as variações mais intensas quanto na de influência (os quatro destacados respon­dem por 2,06 p.p., em 2,09%)”.

Já no acumulado do ano, o principal vilão foi o café. A ati­vidade “torrefação e moagem de café” viu os preços saltarem 67,27% em 2021, por causa do forte “impacto do inverno rigo­roso, com geada”. Outro desta­que no ano foram os preços da atividade “fabricação e refino de açúcar”, com salto de 39,91%.

“Além do clima (que preju­dicou a produção de cana-de­-açúcar e café, por exemplo), fatores como a demanda inter­nacional (com efeito em açúcar, derivados de soja e carnes) e o câmbio (depreciação do real em 9,8%, no ano) ajudam a explicar o movimento dos preços em 2021”, diz o IBGE, em nota.

Bens de capital
Os bens de capital ficaram 1,73% mais caros na porta da fábrica em dezembro de 2021, segundo os dados do Índice de Preços ao Produtor. O resulta­do ocorre após os preços terem subido 1,18% em novembro de 2021. No acumulado do ano passado, o IPP dos bens de ca­pital saltou 21,08%.

Os bens intermediários regis­traram queda de 0,54% nos pre­ços em dezembro do ano passa­do, ante uma alta de 1,67% em novembro. Em 2021, o IPP dos bens intermediários disparou 35,15%. Já os preços dos bens de consumo subiram 0,24% em de­zembro de 2021, depois de uma alta de 1,16% em novembro. Com isso, fecharam 2021 com avanço de 19,66%.

Dentro dos bens de consu­mo, os bens duráveis tiveram elevação de 0,76% em dezem­bro, ante alta de 0,67% no mês anterior. Em 2021, o avanço foi de 15,95%. Os bens de consu­mo semiduráveis e não duráveis subiram 0,14% em dezembro, após a elevação de 1,25% regis­trada em outubro. Em 2021, a alta foi de 20,41%.

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