Tribuna Ribeirão
Geral

Obras geram perdas a 72,6% dos lojistas

ALFREDO RISK/ARQUIVO

Empresários de Ribeirão Preto relatam prejuízos em seus negócios durante a cons­trução dos corredores de ôni­bus que fazem parte do Pro­grama Ribeirão Mobilidade – a versão tucana do Programa Aceleração do Crescimento II – PAC da Mobilidade –, situ­ação agravada com o atraso e paralisação das obras.

A pesquisa foi realizada pela Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) nos meses de agosto e setembro com objetivo de entender o impacto causado pelas intervenções para a cons­trução dos corredores de ôni­bus para os setores de comér­cio, indústria e serviços.

A análise foi feita a partir das respostas de 158 empre­sários, sendo 31,6% de micro­empresas (MEs), 25,8% de mi­croempreendedores individuais (MEIs), 20,6% de empresas de pequeno porte (EPPs) e 21,9% não especificados.

O programa, que con­templará a construção e im­plantação de seis corredores de ônibus, envolvendo onze obras, teve início entre o fi­nal de 2018 e início de 2019.

No primeiro trimestre de 2021, as obras dos corredores das avenidas Dom Pedro I, no Ipiranga, e Saudade, nos Cam­pos Elíseos, ambas na Zona Norte, de dois viadutos na ave­nida Brasil e do túnel na praça Salvador Spadoni, que vai ligar a avenida Independência e a Presidente Vargas, foram para­lisadas e a prefeitura anunciou a rescisão dos contratos com as empresas responsáveis.

Segundo o levantamento da Acirp, 72,6% dos entre­vistados afirmam que a con­dução de seus negócios foi prejudicada pelas obras. Já em relação ao atraso, 77,5% confirmam impacto negativo e queda nas vendas e presta­ção de serviços. Os principais motivos apontados pelos em­presários são a dificuldade de acesso dos clientes/pedestres às lojas (39,4%) e a dificulda­de de acesso viário (37%).

Os comerciantes são os que mais sentiram, principalmente do segmento de roupas e cal­çados (20,6%), seguido pelo setor de serviços, sobretudo bares e restaurantes (11,6%). A prefeitura de Ribeirão Pre­to já aplicou multas no valor total de R$ 5.223.815,18 nas empresas Contersolo Cons­trutora e Coesa Engenha­ria, responsáveis por quatro obras paralisadas das 30 que integram o Programa Ribei­rão Mobilidade. A adminis­tração rescindiu os contratos e já anunciou que vai abrir novas licitações para concluir as intervenções.

Estão na lista os dois via­dutos na avenida Brasil (Zona Norte), o túnel da praça Salva­dor Spadoni (Zona Sul), e os corredores de ônibus das ave­nidas Dom Pedro I e Saudade/ Rua São Paulo (Zona Norte). A Contersolo era responsável pela construção dos viadutos e do túnel. A Coesa Engenharia era responsável pelos dois cor­redores de ônibus.

O valor total das obras é de R$ 92.778.335.24 e o saldo remanescente, segundo a Se­cretaria Municipal de Obras Públicas, é de R$ 51.866.000. A multa seria de 10%, mas o valor chegou a R$ 5.223.815,18 por causa de juros. Segundo o Diário Oficial do Muni­cípio (DOM), a Coesa En­genharia foi autuada em R$ 2.031.921,54 pelo abandono da obra de construção dos dois corredores de ônibus.

Já as autuações da Conter­solo Construtora chegam a R$ 3.191.893,64 e são referentes às obras do túnel da praça Sal­vador Spadoni, sob a avenida Nove de Julho e dos dois via­dutos na avenida Brasil. Pre­vista em cláusula contratual, a multa foi anunciada pela pre­feitura em 22 de julho, quan­do a administração municipal decidiu rescindir os contratos com as duas empresas.

Além das autuações, as em­presas também ficarão proibi­das de participar de licitações da prefeitura de Ribeirão Pre­to. Dentre as quatro obras pa­radas, apenas a do túnel ainda está com prazo de entrega ven­cido – era para ficar pronta em dezembro, mas vai atrasar. As demais deveriam ter sido en­tregues no primeiro semestre deste ano.

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