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Turismo

Museu Mário Fava – Museu conta história de aventura automobilística

Típica cidade do interior, Bariri, a 271 quilômetros de São Paulo, com 34 mil habitantes, te­ria na praça da Matriz sua prin­cipal atração não fosse o fato de um de seus moradores ser um homem chamado Mário Fava, e apelidado “intrépido mecânico”.

A história desse jovem e impetuoso mecânico, que aos 21 anos aceitou participar jun­to com outros dois brasileiros, da maior aventura automobi­lística de que tem se notícia, foi a inspiração para o museu que preservará na pequena ci­dade um intento reconhecido no mundo todo.

O Museu Mário Fava pre­serva a memória da aventura protagonizada pelo mecânico baririense, Francisco Lopes da Cruz e Leônidas Borges de Oli­veira conhecidos por percorre­rem, em um Ford T, 27.631 qui­lômetros para mapear a Estrada Pan-americana, que interliga as Américas, passando por 15 paí­ses, entre 1928 e 1938.

O acervo reúne fotos dos desbravadores, documentos, registros, jornais da época e ma­pas de viagem. Na sala princi­pal está o Ford T, fabricado em 1918, utilizado pelo trio para fazer o trajeto do mapeamento. O carro centenário foi todo res­taurado para ficar em exposição.

A viagem teve início em 1928, no Rio de janeiro e durou dez anos. Além do Ford T, os três levaram uma caminhonete Ford, ano 1925. Depois de abrir caminhos entre campos, flores­tas, montanhas, pântanos e rios, os desbravadores encerraram a jornada sendo recebidos na Casa Branca, pelo Presidente Franklin Delano Roosevelt e o empre­sário Henry Ford. “O objetivo do museu é reunir essa história de pioneirismo e mostrar ao visitante parte dos desafios en­frentados pelo trio há mais de 80 anos”, conta o curador e um dos fundadores do museu, José Augusto Barboza Cava.

A aventura coincide com a popularização do automóvel no Brasil e, consequentemente, a necessidade de abrir novas es­tradas e mapear outras existen­tes em nome do progresso. De acordo com o curador, a viagem para desbravar a Pan-america­na foi organizada por Leônidas Borges de Oliveira, que recebeu do então presidente Washin­gton Luís um documento que dava fé e apoio do governo bra­sileiro à empreitada. “Esse regis­tro também contribuiu para que os viajantes pudessem angariar apoio no custeio da viagem nos países por onde passavam, con­forme a viagem fosse avançan­do”, explica o curador.

Os carros não ficam nos EUA
O Ford T (fabricado em 1918 e montado em 1919), um dos veículos utilizados na via­gem, então com dez anos de uso, foi doado pelo jornal carioca O Globo. A caminhonete Ford, fa­bricada em 1925, foi doação do Jornal do Comércio de São Pau­lo. Quando chegaram aos Esta­dos Unidos, chamaram atenção pela resistência a tantas intem­péries. Afinal, foram 15 países e dez anos de desafios.

Empolgado com o feito dos brasileiros, Henry Ford, funda­dor da montadora que tem seu sobrenome, tentou pessoal­mente comprar os veículos as­sim que constatou a sua origi­nalidade. A oferta foi recusada pelo trio. Ao voltar ao Brasil, os aventureiros foram recebidos pelo então presidente Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro.

O Ford T foi doado ao Mu­seu do Ipiranga após a viagem e, depois, foi entregue ao Museu do Gaetano Ferolla. Desde 2009, Bariri tentava reaver o veículo que chegou ao município em ja­neiro deste ano. O outro veículo da expedição se perdeu no tem­po depois de ser abandonado em um terreno baldio nas proxi­midades do Museu do Ipiranga.

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