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Mogiana vai para ‘museu do trem’

JF PIMENTA/ARQUIVO

Quase um mês após a inau­guração da miniestação ferrovi­ária Luiz Henrique Paschoalin, no Parque Maurílio Biagi, final­mente a população de Ribeirão Preto poderá visitar a maria­-fumaça “Amália”, a locomotiva alemã Borsig retirada da praça Francisco Schmidt, na avenida Jerônimo Gonçalves, na divisa do Centro Velho com a Vila Tibério, Zona Oeste, em 18 de julho de 2020, e que foi comple­tamente restaurada.

A ministação foi inaugura­da em 19 de junho, aniversário de 167 anos de Ribeirão Preto, mas somente agora poderá ser vista de perto. O abrigo em for­ma de estação foi batizado em homenagem ao agente cultural de mesmo nome, falecido em decorrência de complicações da covid, em 16 de janeiro de 2021, aos 58 anos. A visitação começa neste sábado, 15 de ju­lho, das nove às 12 horas.

“A abertura da estação fer­roviária para visitação e con­templação da locomotiva Bor­sig ‘Amália nº 12’ é um passo importante em direção à pre­servação sólida da nossa me­mória, unindo poder público e sociedade civil na reverência a esse simbólico patrimônio pú­blico de nossa cidade”, afirma o secretário da Cultura e Turis­mo, Pedro Leão.

Também está aberto o agendamento de visitas guia­das para grupos. As visitas serão realizadas durante a se­mana, das nove às 17 horas, e os grupos devem agendar o horário pelo WhatsApp da Se­cretaria da Cultura e Turismo, no número (16) 98109-2477.

A máquina foi restaurada no ano passado e aguardava a conclusão do novo abrigo para retornar a Ribeirão Pre­to. A estrutura começou a ser montada em 15 de fevereiro, no Parque Maurílio Biagi, na região Central. A edificação remete a uma miniestação ferroviária, com espaço para visitação da população.

O novo espaço é cerca­do, mas a população poderá acessar a “estação” para ver a locomotiva com visitas moni­toradas e explicações sobre a história de “Amália”, a chegada e sua evolução na cidade e re­gião, bem como a importância que o café teve para o muni­cípio. O local tem segurança contra atos de vandalismo.

Conta ainda com projeto luminotécnico moderno e que destaca a importância do bem histórico. O valor do recinto previsto no edital de licitação era de até R$ 523.854,13. Em uma segunda etapa (com al­guns ajustes mecânicos) será possível que a locomotiva volte a funcionar para criar um pas­seio de trem no futuro, seguin­do um roteiro turístico partin­do de Ribeirão Preto.

O nome
A locomotiva – batizada de “Amália 12” por causa da usina a que pertencia antes de ser do­ada ao município, o nome está gravado nas laterais do equipa­mento – ficará no parque por ser um lugar público, mas livre de depredação e vandalismo, além de oferecer segurança aos visitantes e ser de fácil acesso.

Furtos
Na praça Francisco Schmi­dt, na área da “cracolândia”, a maria-fumaça acumulava lixo e tinha virado abrigo para ra­tos, além de ser alvo de furtos de peças de cobre, ferro e aço nos últimos 48 anos. A partir dos trilhos principalmente da Companhia Mogiana de Es­tradas de Ferro, foi possível transportar mais rapidamente o café produzido na região na segunda metade do século 19.

Barões
Com isso, ela contribuiu para o enriquecimento e a fama de barões do café como Henrique Dumont (1832- 1892), pai do aviador Alberto Santos Dumont (1873-1932), e Francisco Schmidt (1850- 1924), que dá nome à praça em que a locomotiva alemã Borsig fabricada em 1912 estava ex­posta desde 1973.

Conppac
A maria-fumaça “Amália” é tombada pelo Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural de Ribeirão Preto (Conppac). Os trabalhos de restauração da locomotiva fo­ram realizados pela Associa­ção Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), em Cam­pinas. A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo investiu R$ 749 mil na restauração.

Todos os componentes fo­ram restaurados ou substitu­ídos, quando não foi possível a recuperação. O trabalho foi acompanhado por um profis­sional especializado em patri­mônio cultural e ferroviário. A locomotiva Phantom, popu­larmente conhecida como ma­ria-fumaça, pertencia à Usina Amália e em 1912 foi doada para Ribeirão Preto pelas In­dústrias Matarazzo.

Borsig
O modelo é uma das três remanescentes da fabricante alemã Borsig no Brasil. As ou­tras duas estão em Itapetininga e Jaguariúna. Abandonada, a ribeirão-pretana serviu duran­te muito tempo como dormi­tório de pessoas em situação de rua e também de abrigo para usuários de drogas.

A locomotiva “Amália” e os quatro metros de trilho que a sustentavam são os últimos resquícios da Estação Ribei­rão Preto na Vila Tibério, que funcionou a partir de 1885 e foi demolida em 1968. Naque­le trecho existiu no passado a gare (plataforma) de embar­que e desembarque por onde milhares de imigrantes passa­ram para trabalhar nas lavou­ras de café.

Mogiana vai para museu
Ribeirão Preto tem outra maria-fumaça, a “Mogiana”, instalada na antiga Estação Ferroviária Mogiana, na Zona Norte. A Câmara pediu e o Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural de Ribeirão Preto aprovou seu tombamento. Duas entidades pretendiam usar a locomotiva para projetos de “trem turístico”.

Agora, o Instituto da História do Trem quer levar a máquina para o futuro museu ferroviário de Ribeirão Preto. A locomotiva a vapor 420 foi projetada em 1893 para atender as necessidades da Companhia Mogiana na época. A informação chegou por meio do presidente do instituto, Denis Willian Esteves em visita ao gabinete do prefeito Duarte Nogueira (PSDB).

“Ela está sendo doada ao Instituto da História do Trem de Ribeirão Preto e poderá fazer parte do acervo do ‘Museu do Trem’, que iniciará a primeira etapa com a restauração da locomotiva. Na segunda etapa, prevemos a implantação do Trem Turístico que deverá circular entre a Estação Barracão, da avenida Dom Pedro e a estação Mogia­na”, explica Denis.

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