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Estado vai retomar o Programa Recomeço

JF PIMENTA/ARQUIVO

A Secretaria de Desenvol­vimento Social de São Paulo determinou, na quarta-feira, 22 de julho, em publicação feita no Diário Oficial do Es­tado (DOE), a retomada do acolhimentos de dependentes químicos nas comunidades terapêuticas que participam do Programa Recomeço. Tam­bém definiu critérios.

A medida prevê que todos os novos acolhimentos deve­rão passar pelo processo de quarentena de 14 dias, em am­biente separado e seguro, para evitar a eventual propagação de novos casos de covid-19. Caso qualquer sintoma seja apresentado, imediatamente a Vigilância Sanitária e os equi­pamentos de saúde deverão ser comunicados.

Segundo Célia Parnes, se­cretária estadual de Desen­volvimento Social, “é muito importante podermos retomar os acolhimentos nas comuni­dades terapêuticas e darmos seguimento aos serviços socio­assistencias do Programa Re­começo, ainda mais de forma gradual, consciente e ampara­dos pelas recomendações da ciência e da saúde”, afirma.

Na semana passada, o Tri­buna divulgou denúncia da Comissão de Direitos Huma­nos da 12ª Subseção da Or­dem dos Advogados do Bra­sil, a OAB de Ribeirão Preto (OPAB-RP), segundo a qual a prefeitura interrompeu as internações de dependentes químicos em comunidades terapêuticas por meio dos programas Recomeço (gover­no estadual) e Sinapredi (go­verno federal).

As internações não têm custo para o município e foram interrompidas em março. A jus­tificativa é a pandemia do coro­navírus. Por cada dependente do sexo masculino internado as comunidades recebem R$ 1,5 mil mês e R$ 1,6 mil para o sexo feminino. Os recursos de cada programa são pagos pelos governos estadual e federal, respectivamente. Ribeirão Pre­to tem seis clínicas cadastradas nos dois programas.

Na realidade, a interrupção aconteceu porque, no começo da pandemia, a Secretaria Mu­nicipal de Assistência Social não conseguiu viabilizar um local para que os dependentes químicos interessados na in­ternação ficassem em quaren­tena por cerca de 15 dias antes de serem internados porém, as comunidades mandaram e-mail ao Tribuna afirmando que se ofereceram para fazer a quarentena, mas não recebe­ram resposta da administra­ção. O confinamento faz parte do protocolo sanitário para prevenção do coronavírus e é necessária para evitar que o vírus chegue às comunidades.

O Tribuna apurou que, atu­almente, existe na cidade uma demanda reprimida de pelo menos 200 pessoas interessa­das na internação. Até feverei­ro, Ribeirão Preto realizava, em média, 50 internações por mês nos dois programas. Como as internações foram suspensas em março, até o final de junho esta demanda reprimida seria de no mínimo 200 casos.

Cerca de 15 pessoas pro­curaram um dos órgãos mu­nicipais atrás de informações sobre como ser internado ou como conseguir uma vaga para um familiar dependente químico. A Secretaria de Assis­tência Social diz que até tentou contratar uma entidade que atue com dependentes quí­micos para abrigar os interes­sados e realizar a quarentena. Entretanto, nenhuma entidade teria se interessado porque o valor oferecido por candida­to pelo município não daria para cobrir os custos ope­racionais estabelecidos pelo protocolo sanitário exigido.

Haveria necessidade de a entidade montar ou ampliar sua estrutura física e contra­tar mais funcionários para atender os novos internos temporários. O valor ofereci­do era de R$ 2 mil por depen­dente internado pelo período de 15 dias. Sem conseguir resolver o impasse o governo parou as internações, dife­rentemente de outras cidades do Estado onde a quarentena foi viabilizada. Quando das denúncias, a Semas informou que, por orientação da Fede­ração Brasileira de Comuni­dades Terapêuticas (Febract), as comunidades terapêuticas do município não estão rece­bendo novos usuários.

A pasta ressaltou que, na época, entrou em contato com entidades que já realizam atendimentos aos usuários de drogadição. Entretanto, as en­tidades não aceitaram. Nesta quinta-feira, a secretaria in­formou que está em tratativas para definir o funcionamento do programa em Ribeirão Pre­to, conforme as recomenda­ções do Estado.

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