Tribuna Ribeirão
Educação

Estado de SP não vai reprovar alunos

FL PITON/ARQUIVO

Os estudantes da rede es­tadual de São Paulo de todas as séries não serão reprova­dos por desempenho este ano e serão matriculados no ano seguinte em regime de pro­gressão continuada. A infor­mação foi confirmada nesta quarta-feira, 11 de novembro, pelo secretário de Educação do Estado, Rossieli Soares.

Cada estudante, porém, terá de entregar um mínimo de atividades. A pasta calcula que 15% dos alunos da rede não entregaram nenhuma. Isso corresponde a mais de 500 mil estudantes em toda a rede de ensino. A Secretaria do Estado da Educação (Seduc) homo­logou nesta quarta-feira uma resolução aprovada pelo Con­selho Estadual da Educação.

O texto indica que “os es­tudantes de todos os anos do ensino fundamental e da 1ª e 2ª séries do ensino médio de­vem ser matriculados no ano/ série subsequente em 2021 em regime de progressão con­tinuada”. Os anos letivos de 2020 e 2021 deverão ser con­siderados como um contínuo, de oito bimestres.

O primeiro bimestre do ano que vem, por exemplo, será considerado o quinto bimestre deste contínuo. Segundo Ros­sieli, cada estudante, porém, terá de apresentar um míni­mo de atividades realizadas – a definição de qual será esse mínimo caberá a cada escola. Isso porque, de acordo com o secretário, é difícil para a pasta estabelecer uma regra única.

Os conselhos escolares deve­rão avaliar os casos de cada um dos estudantes. “Se ele entregou as atividades, mesmo que tenha problemas na aprendizagem, ele deve prosseguir.” Alunos do 3º ano do ensino médio, o último da educação básica, que não ti­verem entregado nenhuma das atividades enviadas pelos pro­fessores não deverão receber o diploma, segundo a pasta.

“Nossa orientação para as escolas estaduais é que o aluno deve seguir sua trajetória es­colar”, disse o secretário. Caso o estudante do 3º ano tenha participado minimamente – mesmo que tenha desem­penho inferior do adequado – será aprovado e poderá prestar o vestibular. A busca ativa dos 15% que não entregaram ativi­dades será reforçada – com uso de diferentes recursos como mensagens de celular.

As escolas deverão mobilizar seus estudantes para retirar os kits impressos para a realização das atividades. Os alunos serão incentivados a participar das aulas e entregar as atividades ne­cessárias ainda neste ano. Entre­tanto, caso não sejam realizadas em sua totalidade, ele terá ainda a oportunidade de participar da recuperação em janeiro de 2021. O conselho de classe indicará quais os estudantes prioritários para esta ação.

No começo do ano, na re­gião, que envolve três das 91 Diretorias Regionais de Ensi­no (DREs) – Ribeirão Preto, Sertãozinho e Jaboticabal –, estavam matriculados 99.432 alunos de 165 escolas da rede estadual, sendo 47 mil em 82 unidades na capital da Região Metropolitana. Nos 645 muni­cípios paulistas são cerca de 3,5 milhões de estudantes e mais de cinco mil unidades.

O calendário escolar de 2021 em São Paulo
Recesso escolar
De 18 a 25 de janeiro
1º bimestre
De 1º de fevereiro a 16 de abril
Recesso escolar
De 19 a 23 de abril
2º bimestre
De 26 de abril a 5 de julho
Férias docentes
De 6 a 20 de julho
3º bimestre
De 21 de julho a 8 de outubro
Recesso escolar
De 11 a 15 de outubro
4º bimestre
De 18 de outubro a 21 de dezembro

Estado vai contratar dez mil professores
Em janeiro do ano que vem, deverá haver reforço escolar nas uni­dades estaduais. A Secretaria de Estado da Educação prevê semanas de estudos intensivos para a recuperação das aprendizagens dos alunos. Segundo o secretário, dez mil professores serão contratados para essas atividades. A rede estadual prevê que salas de aula com mais alunos em dificuldades tenham docentes extras.

Os docentes da rede que tenham interesse em participar das au­las de recuperação em janeiro, mediante a pagamento extra, também terão essa opção. O programa será implementado para minimizar os déficits na aprendizagem dos estudantes que podem ter ocorrido durante o período de suspensão das atividades presenciais.

Além dos novos profissionais, mais de 140 mil profissionais serão formados para atuar no programa de recuperação. Eles terão à disposição para o trabalho recursos didáticos impressos e digitais específicos, como seis milhões de cadernos de atividades para os alunos por bimestre. Para identificar as habilidades essenciais que não foram desenvolvidas entre os estudantes, a Secretaria Estadual da Educação vai aplicar avaliações diagnósticas.

O ano letivo deverá começar em 1º de fevereiro – uma avaliação diagnóstica será aplicada logo no início do ano letivo para medir o que os alunos aprenderam. A pasta trabalha com a possibilidade de aulas 100% presenciais no ano de 2021. Hoje, cerca de 1,4 mil esco­las estão abertas para a realização de atividades presenciais.

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