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Começa a produção de vacina anticovid

THOMAS PETER/REUTERS

O governador João Doria (PSDB/SP) anunciou nesta quinta-feira, 10 de dezembro, o início da produção nacional da vacina CoronaVac, desen­volvida em parceria entre o Instituto Butantan e a farma­cêutica chinesa Sinovac Life Science. A fábrica ocupa área produtiva de 1.880 metros quadrados e conta atualmente com 245 profissionais.

Outros 120 novos funcio­nários serão contratados para reforçar a produção da vacina contra o coronavírus. A capaci­dade de envase diário planejado para a vacina do Butantan con­tra a covid-19 é entre 600 mil a um milhão de doses. O primeiro lote terá aproximadamente 300 mil doses. Até janeiro, 40 mi­lhões de doses da vacina deverão ser produzidos no local.

“É um momento histórico”, afirmou. De acordo com ele, o instituto começou a produzir o imunizante na noite de quarta­-feira (9) e contratou 120 técni­cos para auxiliar na produção da vacina, que será feita “24 horas por dia e sete dias por semana”, aumentando sua capacidade de produção para 1,5 milhão de doses por dia.

Doria também informou que os Executivos de doze Es­tados, entre eles São Paulo, e de 912 municípios já formali­zaram seu interesse em adqui­rir doses da vacina. “Por que iniciar a vacinação em março, como foi anunciado pelo Mi­nistério da Saúde, se podemos iniciar em janeiro, de forma segura e eficiente?”, questiona o governador paulista.

Ele fez referência ao calendá­rio de imunização apresentado pelo Ministério da Saúde na se­mana anterior. Na segunda-feira (7), Doria já havia afirmado que o Estado pretendia começar o plano de imunização em 25 de janeiro. Horas após o anúncio, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou, em nota, que só libera o uso da va­cina após a análise de documen­tos, como os de dados de “fase 3” da pesquisa.

“Nenhuma das quatro va­cinas em desenvolvimento no Brasil apresentou protocolo de registro. Portanto nenhuma das quatro tem aval para uso amplo neste momento”, disse o presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, em entrevista à rádio Jovem Pan.

Após passar pela Anvisa, a vacina ainda precisa receber um preço, o que é definido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). A análise desse ór­gão leva até 90 dias, em casos normais, mas a expectativa é de encurtar a análise para as vaci­nas contra a covid-19.

Na terça-feira (8), João Doria e o ministro da Saúde Eduardo Pazuello se desentenderam du­rante uma reunião, após o go­vernador cobrar uma posição da pasta em relação à compra da CoronaVac. Em paralelo, espe­cialistas afirmam que é possível distribuir a vacina, desde que ela seja aprovada por pelo menos uma de quatro agências regu­ladoras internacionais, graças a uma lei federal aprovada no iní­cio da pandemia.

Em novembro a revista científica Lancet Infectious Diseases, uma das mais im­portantes no mundo, publi­cou os resultados de seguran­ça da Coronavac nas fases 1 e 2, realizados na China, com 744 voluntários. A publicação mostrou que a vacina é segura e tem capacidade de produzir resposta imune em 97% dos casos no prazo de até 28 dias após a aplicação.

No Brasil, a vacina é testada em 13 mil voluntários espalha­dos por 16 centros de pesquisa de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Fede­ral. Na região, participam dos testes o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ri­beirão Preto da Universidade de São Paulo (HCFMRP/USP) e o Hospital do Amor, em Barretos.

O HC já finalizou a primei­ra fase de testes da nova vacina contra o coronavírus. Foram selecionados 300 voluntários. Até o fim de março, o gover­no de São Paulo estima que quase 20% dos 46 milhões de habitantes do estado estejam imunizados com duas doses da CoronaVac. A partir do dia 8 de fevereiro, serão imunizados os idosos com 75 anos ou mais.
Na semana seguinte, a partir do dia 15 de fevereiro, será a vez dos idosos entre 70 a 74 anos. No dia 22 de fevereiro, receberá a imunização a faixa etária de 65 a 69 anos. Por fim, no dia 1º março, serão vacinados os indi­víduos de 60 a 64 anos.

O acordo entre o Butantan e a Sinovac Biotech prevê o re­cebimento, ainda neste ano, de seis milhões de doses prontas do imunizante e matéria-pri­ma para a produção de outras 40 milhões de doses. Em 2021, seriam trazidos insumos para a fabricação de mais 14 milhões, totalizando 60 milhões de uni­dades, o suficiente para imuni­zar 30 milhões de pessoas.

No dia 3, São Paulo recebeu 600 litros a granel da vacina CoronaVac, correspondente a um milhão de doses. Com esta remessa já são 1.120.000 do­ses enviadas pela farmacêutica chinesa Sinovac Life Science ao estado. Esta é a segunda re­messa a chegar ao país, sendo a primeira de 120 mil doses prontas recebida no dia 19 de novembro.

Anvisa
A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilân­cia Sanitária (Anvisa) aprovou uma resolução que “abre pos­sibilidade aos laboratórios de solicitarem autorização para uso emergencial, em caráter experimental, de vacinas con­tra covid 19”.

A decisão, deliberada on­tem durante a 11ª Reunião da Diretoria Colegiada, oficializa o pedido de uso emergencial de vacina anunciado no dia 2 de dezembro pela própria Anvisa. Segundo a agência, nenhum laboratório solicitou, até o mo­mento, o uso mesmo após a An­visa ter publicado um guia com os requisitos para esse pedido.

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