Tribuna Ribeirão
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Brasil: fora da rota? 

Dr. Adão F. de Freitas *
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Que o mundo nessa terceira década do século XXI está passando por momentos conturbados, isso é um fato comprovado e já do conhecimento de todos. Agora, o que surpreende é que os dirigentes do mundo parecem não ter assimilado as lições da história, em particular, da história recente principalmente do último século. E todos os indicadores sinalizam para a repetição dos erros desses últimos cem anos.

No momento como é do conhecimento de todos, o mundo registra a ocorrência de cerca de dez guerras ou conflitos que em hipótese alguma poderiam estar acontecendo. E está.

O que caracteriza falta de compreensão e interpretação da história.  E dentro desse contexto catastrófico que o mundo está atravessando, uma pergunta que surge é: e o Brasil como fica?

A resposta está no dia-a-dia e que as pessoas estão sabendo muito bem: está pior, mas muito pior que o mundo e mais importante: em todos os aspectos.

Mas nós vamos focar aqui nessas páginas, apenas as condições de saúde da nossa população, que é o tema relacionado com a especialidade desse que redige essas páginas.

O mundo atravessou a epidemia da covid-19 e alguns países enfrentaram até com algum sucesso evitando o número mortes fosse mais elevado.  Por se tratar de uma doença nova e sem ter ainda os conhecimentos de seu tratamento específico, esforços foram colocados em prática e o resultado foi até favorável.

Já o Brasil fracassou e tivemos a triste realidade de termos um país com um dos maiores número de óbitos do mundo. Cessada a epidemia, o Brasil parece não ter aprendido nada como sempre. Claro.

E agora estamos com outra epidemia, se bem que em menores proporções: a da dengue essa está ceifando vidas, o que é uma lástima por se tratar de uma doença que já conhecemos há muito tempo bem como de suas medidas preventivas eficazes, o que não se justifica em hipótese alguma a ocorrência da proliferação dessa doença e muito menos a de óbito.

O Brasil com sua estrutura arcaica, seu permanente descaso com a vida e a saúde das pessoas presencia de braços cruzados, pessoas morrendo de dengue. Que absurdo isso. Temos um Ministério da Saúde com um orçamento robusto, uma estrutura montada, mas que tem sido entregue a pessoas despreparadas e sem competência para gerir esses recursos e fazer funcionar a prevenção dessa doença.

Parece que os critérios de indicação para o cargo de Ministro da Saúde passam longe do quesito competência. A atual ocupante do cargo parece estar situada dentro desse contexto, pois até agora nenhuma medida eficaz foi colocada em prática por esse ministério para evitar essa triste situação que estamos vivendo.

E não é por falta de pessoas capacitadas, pois temos quadros com excelente preparo e capacitação para fazer funcionar a contento esse ministério.

No momento pelo menos, todos os indicadores sinalizam para uma piora do quadro sanitário do país com a ocorrência de mais mortes por dengue e uma piora geral da saúde pública dos brasileiros. E mais perguntas vão surgindo: até quando vai isso? O Brasil está fora da rota?

* Médico clínico geral e cardiologista, mestre e doutor em Medicina pela
FMRP-USP 

 

 

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