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Acirp cobra segurança no Centro

ALFREDO RISK

A Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) e os seus 5.600 asso­ciados lançaram um manifes­to, distribuído à imprensa na manhã desta sexta-feira, 29 de outubro, para cobrar re­forço da segurança pública na região do Centro da cidade, que em dezembro costuma receber cerca de um milhão de pessoas por dia devido ao Natal. Antes tem a Black Fri­day, em 26 de novembro.

A Acirp diz que o manifes­to é uma forma de expressar sua “preocupação e tristeza com o gradativo processo de abandono do Centro de Ribei­rão Preto pelo Poder Público, com reflexos extremamente perigosos na segurança e inte­gridade física de comerciantes e moradores”.

Segundo a associação, nos últimos anos vem ocorrendo um processo de degradação da área central da cidade, que coincide com a redução e ex­tinção do sistema de videovi­gilância, o chamado Olhos de Águia. “Lembramos que, até alguns anos atrás, a Acirp era responsável pela manutenção de todo o sistema, formado por mais de 20 câmeras de vi­gilância”, diz no manifesto.

“Até onde sabemos, os índi­ces de violência na região cen­tral eram significativamente inferiores aos atuais”, emenda. Nos últimos dois meses, pelo menos quatro estabelecimen­tos comerciais do Centro fo­ram alvos de ataques marcados pela extrema violência, cau­sando, inclusive, o fechamento de um dos negócios.

“Sabemos das dificuldades que a administração munici­pal enfrenta na gestão de uma cidade de 720.116 habitantes – segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Es­tatística (IBGE) referentes a 31 de julho –, ainda mais durante o processo devastador de uma pandemia”, ressalta a Acirp.

“Mas existem diferenças significativas entre dificulda­des e a ausência de ação. E, as consequências dessa inação têm reflexos terríveis (e diá­rios) nas vidas dos moradores e comerciantes do Centro. O momento das desculpas é pas­sado. Precisamos de ação ou, pelo menos, indícios de que os gestores desta cidade têm um mínimo de preocupação com a região central”.

A Acirp, comerciantes, prestadores de serviços e os moradores do Centro de Ribei­rão Preto “exigem que a região que deu origem à cidade – e sua principal área comercial – seja tratada com o respeito que merece”. “Exigimos seguran­ça para poder trabalhar sem vermos as portas dos nossos estabelecimentos arrombadas, causando milhares de reais em prejuízo e o encerramento de negócios”, emenda.

O manifesto diz ainda que todas as pessoas querem ca­minhar pela área central sem correr o risco de ser vítimas de furtos ou roubos. “Exigi­mos que o ambiente de negó­cios seja gerido por leis que possam ser aplicadas a todos, de forma indistinta”.

A nota termina com ou­tra exigência. “Por fim, exi­gimos o direito de poder comprar e vender sem ter as nossas vidas postas em ris­co, pela falta de proteção do Estado, conforme exigido pela Constituição da Repú­blica Federativa do Brasil”.

Segundo os dados do levan­tamento “Estatísticas da Cri­minalidade”, divulgados pela Secretaria de Estado da Secre­taria da Segurança Pública de São Paulo (SSP/SP), na área do 1º Distrito Policial, insta­lado na rua Duque de Caxias e que atende todo o Centro, o número de furtos subiu 4.6% este ano em comparação com o período de nove meses de 2020, passando de 542 para 567, acréscimo de 25.

Somente em setembro sal­tou de 48 para 73, também aporte de 25 e aumento de 52,1%. Em relação a agosto deste ano (71), houve estabi­lidade, com leve alta de 2,8% e dois casos a mais. As ocor­rências de roubo – quando a vítima sofre ameaça (entram na estatística os de carga e a bancos) – saltaram de 135 para 163, avanço de 20,7% e 28 cri­mes a mais.

Na comparação mensal a alta chega a 116,7%, de doze para 26. São 14 a mais. Em re­lação a agosto (15), o aumento chega a 73,3%, com onze ocor­rências a mais. Os furtos de ve­ículos recuaram 4,8% em nove meses, de 84 para 80, quatro a menos. Caiu de 25 para dez na comparação mensal, 15 a me­nos e queda de 60%. Em rela­ção a agosto (13), a queda é de 23,1%, três casos a menos.

Os roubos de carros, mo­tos e afins despencaram de dez para um em nove meses, nove a menos e baixa de 90%. Não houve ocorrência de roubo de automóveis ou motocicletas na região Central em agosto e setembro deste ano. No nono mês do ano passado foram duas. Segundo a SSP-SP, foram efetuadas 109 prisões entre ja­neiro e setembro no Centro, sendo que 90 pessoas foram presas em flagrante. Vinte e um veículos foram recupera­dos neste setor

A segurança na região Cen­tral de Ribeirão Preto será reforçada pela Polícia Militar em dezembro por causa do período de vendas natali­nas. É o período de maior circulação de dinheiro. Um levantamento realizado pelo Instituto de Economia Mau­rílio Biagi (Iemb), da Acirp, aponta que o pagamento das duas parcelas do décimo ter­ceiro salário deve injetar R$ 652.574.613,58 líquidos na economia ribeirão-pretana.

O que dizem prefeitura e PM

JF PIMENTA/ARQUIVO

Após a divulgação do manifesto da Associação Comercial e Indus­trial de Ribeirão Preto (Acirp), o jornal Tribuna entrou em contato com a prefeitura. A administração municipal informa, por meio de nota, que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) mantém uma base no Centro para ga­rantir a proteção do patrimônio e dos equipamentos públicos municipais.

No entanto, ressalta que, em relação a ações para coibir práticas criminosas, é de responsabilidade de outros órgãos de segurança pública. A prefeitura ainda pontua que investe em ações para garantir a segurança da população, como a implantação de 102 câmeras, sendo 40 no quadrilátero central.

Diz que já foram instalados 24 equipamentos em locais monitorados pelo antigo projeto Olhos de Águia e mais 16 estão em processo de instalação. Para entrarem em operação é necessário a implantação da fibra ótica. O edital para contratação da empresa já foi publicado no Diário Oficial do Município de quinta-feira (28).

O pregão eletrônico receberá propostas até 16 de novembro e a abertura e disputa dos preços acontecerá no mesmo dia. O valor es­timado é de R$ 310.408. Todas as câmeras estarão interligadas em um único sistema tecnológico de segurança, formando o programa Guardiões da Cidade.

A Polícia Militar também foi contatada e se pronunciou dizendo ser responsável pelo policiamento ostensivo e preventivo, assim como pela preservação da ordem pública da região Central. Além disso, completa informando que busca propiciar maior sensação de segu­rança aos estabelecimentos comerciais, moradores e transeuntes.

“Frente ao manifesto publicado pela Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp), informamos que como insti­tuição pública quase bicentenária, sempre tivemos preocupação com o bem-estar da população na questão de segurança pública, desenvolvendo nesse sentido diversas reuniões com a comunidade de moradores e comerciantes, através do Conselho de Segurança Comunitária (Conseg), Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto (Sincovarp) e a própria Acirp”, diz em nota.

A corporação ainda diz que, desde 2014, foi instituído e desenvolvido o Programa de Vizinhança Solidária, que atua na área central de Ribei­rão Preto e busca, por meio de ferramentas de mídias sociais, aproximar os cidadãos uns dos outros, com o olhar voltado para a segurança pública, e assim propiciar um círculo de proteção primária.

“Contudo, algumas dificuldades ainda não foram vencidas, quer seja por problemas legais, falta de recursos ou equipamentos ou outros de maneira geral, e que assim demandam a continuidade na tentativa de melhoria das condições gerais de segurança”, comunica a Polícia Militar. Para finalizar, a corporação ressalta que, em 2021, foram realizadas 26.752 buscas pessoais, assim como 18.676 veículos fiscalizados, 148 pessoas presas e três armas apreendidas no Centro de Ribeirão Preto.

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