Os fatos que nos rodeiam são os fatos que nos rodeiam porque são os fatos que rodeiam o nosso mundo. Estes fatos são conhecidos pelas palavras que são as máscaras da realidade que nos rodeiam. Mesmo assim será difícil encontrar duas pessoas postas no mesmo lugar, valendo-se das mesmas palavras, olhando para os mesmos fatos, venham extrair deles as mesmas conclusões. Grandes pensadores dedicaram seu tempo para revelar uma teoria sobre a realidade. Ou melhor, uma explicação para aquilo que estão vendo.
Uns buscam uma chave na sua intimidade, como Descartes, que propôs extrair a sua capacidade de ver a realidade pelo seu entendimento íntimo. Percebeu que o homem pode negar a existência de todas as coisas. Pode negar até a existência de Deus. Mas não pode negar que está negando. Se não pode negar que está negando tem o dever de proclamar que a operação que realiza resulta a identificação de sua existência. Se não posso negar que estou negando, logo existo. Nego, então existo.
Portanto, vencendo esse primeiro degrau propôs conceber a sua realidade, chegando mesmo a buscar neste passo a prova da existência de Deus, antes negada. Percebe-se que esta escola que destaca o sujeito como ponto inicial da prospecção do saber recebeu, por sua vez o nome de escola subjetiva.
Outros buscam compreender a realidade não pelo conhecimento do seu espírito, mas, sim pela constatação da realidade gerada pelas palavras que rodeiam os fatos. O austríaco Wittgenstein notabilizou-se nesta área. Filho de uma família muito rica, de origem judaica e cristã, acabou batendo nas portas de Bertand Russel iniciando uma extensa reflexão contida em dois livros aparentemente contraditórios: Tratado Lógico-Filosófico e Investigações Filosóficas. Tornou-se professor em Cambridge.
Exerceu grande influência sobre o pensamento do grupo denominado “Círculo de Viena”, composto por pensadores positivistas coordenados por Moritz Schlick. Anunciavam o fim da metafísica. Moritz Schlick foi assassinado em 1936 por um estudante nazista.
Durante a Primeira Grande Guerra, Wittgenstein lutou pela Áustria, sendo preso. Ao voltar à liberdade trabalhou como jardineiro em Viena.
Um deles indagou por que nas Olimpíadas havia disputas conhecidas como jogos, como o jogo de futebol, e, outras que não eram jogos como natação ou salto com vara.
Wittgenstein concluiu que as disputas que eram jogos tinham suas regras criadas pelos homens, como o jogo de xadrez. As disputas que não eram jogos tinham suas regras criadas pela natureza, como as corridas à distância. Logo o direito, criado pelo homem, tem a natureza de um jogo outorgado para solucionar as conhecidas disputas individuais ou sociais.
Um dos mais notáveis positivistas, Hans Kelsen, ao explodir a Segunda Grande Guerra, exilou-se nos Estados Unidos, publicando os mais conhecidos livros jurídicos da escola positiva. Seus livros são editados no Brasil, exercendo, entre nós, uma especial influência na área da teoria da norma jurídica.
Assim o sistema jurídico tem a forma de uma pirâmide. Na sua ponta estaria a “norma hipotética superior” que confere forma e firmeza a todas as demais que estejam abaixo. Portanto, as normas inferiores, ao receber poder das normas superiores, devem ter a forma e o fundo de todo o regime piramidal.