Tribuna Ribeirão
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A escuridão vai se dissipar… 

José Eugenio Kaça *  
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A evolução do ser humano sempre sofreu a pressão coercitiva da religião, na Idade Média a Igreja Católica combateu de forma virulenta os avanços científicos e qualquer prática tecnológica que se contrapusesse a fé que dominava os atos da vida cotidiana. No século III, um matemático chamado Heron de Alexandria, inventou o primeiro motor a vapor da história, no entanto sua grande invenção foi demonizada pela Igreja Católica, e colocada na prateleira dos demônios de alta periculosidade, que tinham que ser eliminados, e com isso essa invenção que colocaria a humanidade em outro patamar, só se materializando 15 séculos depois. Imaginem em que patamar tecnológico a humanidade estaria se essa tecnologia não tivesse sido colocada no limbo. 
 
O cerceamento que a Igreja Católica impingiu as ciências e a autonomia do ser humano durante a Idade Média, criou mentes humanas limitadas dentro dos dogmas da Igreja, e com isso emparedou os sonhos e pensamentos da maioria da população. O Humanismo base do Renascimento e o Iluminismo foram movimentos que colocaram a racionalidade cientifica e os seres humanos no centro das decisões, mas o direito ao conhecimento ficou limitado a um pequeno grupo, e com isso a religião continuou a produzir seus efeitos na maioria da população. E com isso as maiores atrocidades foram cometidas em nome de um “Deus”, que serve aos donos do poder convalidando as sanhas sem limites dos ungidos e protegidos. 
 
Passaram-se os séculos, e a convivência social sempre ficou longe do ideal humanista, mesmo que em alguns momentos uma cortina de fumaça encobriu as atitudes racistas e preconceituosas de gente que se acha superior. O século 21, segundo alguns humanistas seria o século em que a luz iluminaria os caminhos da humanidade, ledo engano; ao invés da luz brilhar, as trevas que estavam adormecidas na Idade Média surgiram no horizonte e estão contaminando o ambiente, ofuscando e apagando a luz que tenta brilhar. A mentira no passado era vista como um pecado capital, apesar de conviver nos ambiente de poder, mas publicamente era rejeitada com veemência – tinham que manter as aparências. 
 
No entanto, nos dias atuais a canalhice tomou conta e escancarou o lada mais tenebroso do ser humano, e aquelas atitudes que estavam restritas aos bastidores, se tornaram públicas e ungidas pela iniquidade. No Brasil a concepção de elite tem outra dimensão, pois ao invés de ser o exemplo que alicerça a Nação, são lambedores dos excrementos dos países poderosos, principalmente do Tio Sam. O que vem acontecendo no Brasil nos últimos dias ultrapassa todos os parâmetros da canalhice. A Constituição brasileira, e o Código Penal estão sendo vilipendiados por essa gente que se diz patriota. O parlamento brasileiro, principalmente o Congresso Nacional, permitido e incentivando que vagabundos radicados em outros países ataque o judiciário brasileiro, principalmente o Supremo Tribunal Federal, com sofismas e mentiras, querendo que o Tio Sam interfira na política do País.  
 
São Paulo, o estado mais rico da federação, tem um governador que trabalha com afinco para colocar em prática as políticas discriminadores, que tenta colocar a população pobre e preta nas mesmas condições que estavam antes da Constituição cidadã de 1988. E para controlar qualquer reação da população usa a força policial para intimidar. A forma mais eficiente para controlar uma população é por meio da educação básica, e neste campo fazem malabarismo para descumprir as leis, e alargar mais o abismo social. A escola sem partido, não prosperou, mas o ataque orquestrado do governador junto com o seu secretário da Educação vai atingir mortalmente os filhos do pobres. A delinquência intelectual dessa gente não tem limites, usar a inteligência artificial, que segundo Miguel Nicolellis, não é nem inteligência e nem artificial, para suprimir a liberdade de cátedra dos professores é um crime que precisa ser combatido. Só se combate as trevas com muita luz, e essa luz o povo pobre, só precisa de uma faísca.  
 
* Pedagogo, líder comunitário e ex-conselheiro da Educação 

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