Tribuna Ribeirão
Cidades & Construções

A difícil solução para as enchentes

Apesar de em janeiro termos tido a ocorrência de grande período de chuvas, os dados mostram que não foi o mês com maior volume de precipitação acumulado.

Quanto a ocorrência frequente de inundações, a origem está na ausência de uma estrutura permanente que trate sobre o tema. Diferente de água e esgoto, que têm uma secretaria responsável pelo planejamento e gestão, oriunda de extinta autarquia, a drenagem urbana não conta com a mesma disposição.

Com o tema pulverizado em quatro secretarias, as quais não fazem um planejamento de ações conjuntamente, a construção de soluções para drenagem é algo distante.

Uma secretaria tem planos, outra delibera sobre parte da solução. A manutenção e novas obras fazem parte de secretarias distintas.

Somado ao fato que as chuvas mais intensas devem se encerrar em março, geralmente as enchentes caem no esquecimento, voltando somente com o início do próximo período. E mesmo sendo de conhecimento do corpo técnico de engenheiros da prefeitura, geralmente os projetos e planos são elaborados por empresas que muitas vezes não são da cidade.

Por fim, o orçamento municipal, no máximo, conta com verbas para manutenção de parte do sistema público de drenagem, ficando restrito a micro drenagem.

A exemplo disso basta ver que há tempos não há dragagem nos cursos d´água que passam pela área urbana, ação necessária para retirar o material carreado que assoreia o fundo dos canais, reduzindo sua capacidade de escoamento e aumentando a probabilidade de ocorrer novas inundações.

Por isso, o tema drenagem urbana parece ser complexo e sempre quando há ocorrência de inundações se falam de estudos, que a manutenção e limpeza está sendo feita, mas esquecem das soluções previstas nos planos e projetos existentes…

Obras de macro drenagem há tempos não são implantadas.

A última obra pública foi a conclusão, em 2015, do canal do Ribeirão Preto, principal curso d´água que corta o município, entre a rotatória Amin Calil e a Rua Primo Troco.

Apesar do Plano Diretor de Saneamento ter sido revisado pelo corpo técnico da prefeitura em 2020, não há noticia de qualquer ação para implementar as obras que estão elencadas. Enquanto o tema não for tratado por um único órgão que tenha capacidade de planejar, fazer gestão, implantar obras e efetuar a manutenção do sistema de drenagem, contanto com recursos discriminados no orçamento municipal, temos que nos acostumar que a solução está longe de ocorrer e nos preparar para o próximo período de chuvas, onde certamente voltaremos a falar sobre esse problema.


O problema das enchentes nas grandes cidades – Divulgação

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