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MPSP pede que Nardoni seja submetido a teste antes de passar para regime aberto

Promotoria manifesta preocupação com pedido da defesa do homem condenado pela morte de sua filha alegando possível transtorno de personalidade

MP protocolou pedido para que TJ realize teste antes da concessão do regime aberto para Nardoni (Foto: Reprodução)

Por: Adalberto Luque

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) informou, nesta quinta-feira (25), que efetivou um pedido junto ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) para que o detento Alexandre Nardoni seja submetido a um teste antes de receber o benefício da pena em regime aberto.

Condenado a 30 anos de prisão em 2010 pela morte de sua filha Isabela, Nardoni teve o pedido de progressão de regime apresentado por sua defesa. Ele teria sido submetido a um exame criminológico e o laudo, emitido por três profissionais distintos (um psiquiatra, uma psicóloga e uma assistente social), concluiu que ele pode cumprir o restante da pena em regime aberto. A decisão final cabe ao TJSP.

Antes da concessão do benefício, o MP pediu que o réu seja submetido ao Teste de Rorschach. Em documento enviado pela promotoria ao Departamento Estadual de Execuções Criminais (DEECRIM), o Ministério Público destaca que Nardoni apresentou elementos de possível transtorno de personalidade, o que suscita dúvida sobre sua real capacidade de ser reintegrado de forma segura à sociedade.

Diante disso, o Ministério Público entende que o pedido do sentenciado “merece nova análise, porém mais aprofundada, a fim de que a presença do necessário requisito subjetivo seja aferida de forma concreta e correta”.

Anna Jatobá, condenada ao lado de Nardoni pela morte de Isabela, cumpre pena em regime aberto desde junho de 2023 (Foto: Reprodução)

Ainda de acordo com o promotor, o preso não teria assumido responsabilidade pela morte da filha, embora provas comprovem isso. “Isso indica, sem dúvida, que ele não absorveu a terapêutica penal a contento”, diz a manifestação. Além disso, o membro do MPSP considerou a longa pena que o réu ainda tem a cumprir.

Recentemente, a 3ª Promotoria de Justiça Execuções Criminais de Taubaté já havia se posicionado contra a concessão da progressão para o regime aberto para o condenado.

O crime

Isabela Nardoni, de cinco anos, morreu em 29 de março de 2008, após cair de uma janela, do sexto andar do Edifício London, situado à Rua Santa Leocádia, nº 138, na Vila Isolina Mazzei, zona Norte da Capital. A perícia concluiu que a garota foi jogada após ter a tela de proteção da janela cortada por uma tesoura.

A criança era filha de Nardoni e Ana Carolina Cunha de Oliveira. Com a separação do casal, o pai ficava esporadicamente com a filha. Ele vivia outro relacionamento, com Anna Carolina Jatobá, com quem tinha dois filhos pequenos.

Peritos concluíram que Isabela, de cinco anos, morreu após ser jogada de janela no sexto andar de prédio na zona Norte da Capital (Foto: Polícia Civil/Reprodução)

As investigações apontaram Nardoni e Jatobá como autores do crime. Ambos foram presos poucos dias depois da morte de Isabela. Em 2010 foram condenados. O Júri considerou o casal culpado por homicídio triplamente qualificado. Alexandre Nardoni foi condenado a 31 anos, 1 mês e 10 dias – pelo agravante de ser pai de Isabella – e Anna Carolina Jatobá, a 26 anos e 8 meses, em regime fechado.

Anna Jatobá conseguiu a progressão da pena para o regime aberto em junho de 2023. Se o TJSP entender que Nardoni também tem direito ao mesmo regime, ele poderá ser colocado em liberdade imediatamente.

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