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Butantan abre pré-cadastro para testes

GOVERNO DE SÃO PAULO

O governador João Doria (PSDB) anunciou nesta quar­ta-feira, 16 de junho, que o Instituto Butantan abriu o pré-cadastro para voluntá­rios da primeira fase dos testes clínicos da Butanvac, vacina brasileira contra a covid-19 que já está sendo produzida sem depender da importação de matéria-pri­ma. Segundo o tucano, 418 pessoas acima de 18 anos de­vem participar do estudo.

O formulário de inscrição está disponível no site lança­do pelo governo do estado de São Paulo e que contém informações sobre o estudo (butanvac.butantan.gov.br), onde também é feito o pre­enchimento do formulário. O Butantan está autorizado a administrar doses da vacina em voluntários das fases 1 e 2 da pesquisa clínica, segundo a Agência Nacional de Vigi­lância Sanitária (Anvisa).

Segundo Dimas Covas, diretor do Butantan, esta fase inicial do estudo será realiza­da no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, ligada à Universidade de São Paulo (HC-FMRP/USP). As demais etapas (1 e 2) terão cinco mil voluntários e o palco será o Hospital das Clínicas da USP (FMUSP), na capital.

Os ensaios clínicos serão realizados pelo Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Pre­to. Nesta fase 1, participarão 418 voluntários seleciona­dos acima de 18 anos, e não precisa ser médico ou enfer­meiro”, ressalta Doria. O pro­cesso de recrutamento dos interessados terá início assim que houver a autorização dos ensaios clínicos por parte do Conselho Nacional de Ética em Pesquisa ( Conep), o que deve ocorrer em breve.

“O Butantan não cadastra os voluntários, os voluntários têm que ser depois seleciona­dos pelos centros que realiza­rão o estudo, mas o Butantan faz esse pré-cadastro no senti­do de encaminhar as pessoas interessadas às informações”, explica Covas.

O diretor do Butantan vol­tou a afirmar que o imunizante seria “uma versão 2.0” das va­cinas já em uso. Segundo ele, a produção do fármaco utiliza a mesma plataforma que os imunizantes contra a gripe. “E isso tem enormes vantagens Primeiro, ela pode estar dispo­nível em grande volume para o mundo e o segundo é custo”, afirmou Dimas Covas.

As próximas etapas do es­tudo de fase clínica devem contar com a participação de cinco mil voluntários. De acor­do com o governador paulista, o Instituto Butantan já produ­ziu e estocou cerca de oito mi­lhões de doses do imunizante. A expectativa é que 40 milhões de unidades da vacina estejam prontos até o final de outubro. Serão feitas 18 milhões até o dia 31 de julho.

A Anvisa autorizou a pri­meira fase de testes clínicos em humanos com a Butanvac em 9 de junho. A fase inicial de estudos busca avaliar a se­gurança da vacina e sua ca­pacidade de induzir uma res­posta imunológica. Doria diz que os testes devem começar até o fim do mês.

Segundo Doria, as três fa­ses de testes clínicos devem ser concluídas em 120 dias. De­pois disso, os dados serão sub­metidos a uma nova avaliação pela Anvisa. Não há restrições quanto à profissão do volun­tário, exposição ao vírus ou às vacinas já aplicadas no país contra o coronavírus.

“São três categorias [que serão incluídas nos testes]: o grupo que não teve contato com o vírus, o grupo que já teve contato e o grupo já vaci­nado”, diz Covas. “O partici­pante tem que se comprome­ter a comparecer no centro de vacinação no momento que for solicitado e tem que preencher o diário da pesqui­sa. Todo dia tem que ter esse preenchimento”, explica.

No Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, a coor­denação do estudo será do hematologista e diretor do Hemocentro, Rodrigo Cala­do, pesquisador que também coordena as pesquisas de tra­tamento de pacientes com co­vid-19 usando plasmas de pes­soas recuperadas da doença.

Além disso, ele participa do estudo que identificou a presença da variante P.1, de origem em Manaus (AM), na região de Ribeirão Preto. Para uma vacina ser aplicada na população, ela passa por uma fase de estudos em labo­ratório, uma fase pré-clínica de testes em animais e três etapas clínicas de testes em voluntários humanos, que avaliam a produção de anti­corpos, a sua segurança e a sua eficácia.

As vantagens da Butanvac são o custo reduzido e a fabri­cação local, ou seja, não será necessário importar insumo farmacêutico ativo (IFA) de outros países para a produção da vacina. Será mais barata que a Coronavac, produzida pelo instituto em parceria com o la­boratório chinês Sinovac.

A tecnologia da Butanvac utiliza o vírus da doença de Newcastle, uma enfermidade de aves, geneticamente modi­ficado. O vetor viral contém a proteína Spike do coronavírus de forma íntegra.O desenvol­vimento complementar da va­cina será todo feito com tecno­logia do Butantan, incluindo a multiplicação do vírus, condi­ções de cultivo, ingredientes, adaptação dos ovos, conserva­ção, purificação, inativação do vírus, escalonamento de doses e outras etapas.

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