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Educação financeira para as famílias

NATTANAN K/PIXABAY

O índice de endividamento das famílias chegou a 67,5% em agosto, de acordo com a Pesquisa de Endividamento em Inadimplência do Consu­midor (PEIC) realizada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC). Devido à proximidade do Dia das Crianças, a assessora da En­tre Rios Investimentos, Caro­line Bordini, listou algumas dicas importantes para orga­nizar o orçamento familiar e ensinar as crianças a lidar melhor com o dinheiro.

“O alto índice de endivida­mento no Brasil mostra que os problemas em relação ao dinheiro são historicamente culturais e estão enraizados na nossa sociedade. As crianças que crescem em famílias com descontrole financeiro tendem a seguir pelo mesmo caminho quando chegam à vida adulta. Por isso precisamos falar mais abertamente sobre a impor­tância do controle orçamen­tário, que é a diferença entre receitas e despesas, da neces­sidade da criação do hábito de sempre poupar e do poder multiplicador dos juros com­postos ao longo dos anos”, ex­plica Caroline.

De acordo com ela, outro passo importante para evitar a inadimplência é ensinar às crianças a importância de ter uma reserva financeira para casos de emergência. “É mui­to melhor recorrer à reserva própria, do que usar utilizar de recursos de terceiros como o cheque especial ou se des­controlar no uso do cartão de crédito, por exemplo”. Mas, para isso, é preciso que as pessoas aprendam a se plane­jar, ou seja, é preciso reservar sempre um valor do que se ganha, visando a sua tranqui­lidade no futuro.

Outro ponto importante, levantado pela especialista, é a questão do consumismo que se tornou ainda mais evidente devido ao acesso precoce das crianças às redes sociais e aos apelos publicitários. “Uma dica para controlar a compra por impulso é determinar um valor para a mesada, explicar à crian­ça o valor do dinheiro e dei­xar que ela decida como e no que gastar”, ressalta Caroline.

Semana de educação financeira
Para auxiliar as famílias a organizar melhor seus orça­mentos, os assessores da Entre Rios Investimentos vão divul­gar temas voltados à educação financeira, por meio de posts e vídeos, de 12 a 16 de outubro.

No dia 13 de outubro, às 19h, acontece uma live com a psicóloga Marina Fortes Guimarães, que vai falar sobre consumismo infantil. Acompanhe pelo Instagram (@entrerios_invest).

Lições sobre educação financeira que a pandemia ensinou
Muitos brasileiros não estavam preparados finan­ceiramente para passar pelo período de crise que o mundo viveu com o novo coronavírus. Segundo um levantamento feito pelo Instituto Paraná Pesquisas, 82,8% dos entrevistados disseram ter sido impacta­dos financeiramente durante a pandemia por terem perdido emprego, salário reduzido ou seu negócio fechado. Momentos como esse enfatizam ainda mais a importância da educação financeira e o quanto cuidar bem do dinheiro pode ser decisivo.

Levantamento mostra que 82,8% dos entrevistados foram impactados financeiramente durante a pandemia

Otávio Machado, especialista em educação finan­ceira da Creditas, plataforma online de crédito com garantia, elencou seis lições de educação financeira que a pandemia ensinou.

– Tenha uma reserva de emergência
Quem tinha uma reserva emergencial, passou por este período com uma preocupação a menos. Isso porque, ter uma reserva para ser usada em momen­tos de incertezas ajuda a não entrar no mau endi­vidamento, recorrendo a opções que apresentam altos juros, como o cheque especial. Além disso, traz a segurança de conseguir se manter estável no caso de perder o emprego, ter a diminuição de renda ou de ter um gasto inesperado. Para se ter uma reserva de emergência, é indicado que se economize, pelo menos, 10% da renda mensal e acumule um valor que seja suficiente para arcar com gastos pessoais por um período de quatro a seis meses.

– Faça um planejamento financeiro
Segundo dados do CNDL/SPC Brasil, 48% dos brasileiros não controlam o próprio orçamento. Neste período de isolamento social muitas pessoas viram sua renda diminuir drasticamente e precisaram reavaliar os gastos mensais e fazer ajustes nas contas. Por isso, o planejamento financeiro é tão importante. Com ele, é possível identificar o quanto de dinheiro entra e o quanto sai, elencar os gastos fixos e ter sempre uma porcentagem para os gastos inesperados. A a regra do 50-30-20 pode ajudar: 50% da renda deve ser para os gastos burocráticos ou fixos, que são com a moradia, por exemplo; 30% para gastos flexíveis ou de qua­lidade de vida, que são gastos com lazer ou entretenimento e 20% para os investimentos no futuro, como aposentadoria ou criação de reserva de emergências.

– Nem todo desejo é uma necessidade
Em um mundo sem pandemia, as compras muitas vezes eram feitas sem muito planejamento. Hoje, estes hábitos sofreram algumas mudanças e nossos desejos às vezes são confundidos com uma real necessidade. Por exemplo, minha necessidade é poder me alimentar, mas o meu desejo é fazer isso pedindo comida fora todos os dias. É importante ter a consciência dos gastos essenciais e dos que são desejos e antes de comprar algo, a pessoa se faça essas três perguntas: Preciso disso? É necessi­dade ou desejo? Este é o melhor preço?

– Gaste menos do que você ganha
A mudança na forma como enxergamos o dinheiro é o que nos faz gastar de forma adequada. Para ter uma organização financeira, é importante nunca gastar mais do que se ganha, planejar o futuro e comprar com consciência. Não se esqueça dos seus objetivos financeiros e considere-os antes de fazer algum gasto que talvez não seja tão necessário e possa atrapalhar o planejamento.

– Fique de olho nos juros
Existem algumas alternativas para conseguir um crédito que ajude a quitar as contas ou que dê um respiro para o orçamento. Mas antes de sair utilizando o que vê pela frente, analise os juros que estão por trás. Cheque especial tem taxas muito altas e pode mais atrapalhar do que ajudar. Uma alternativa saudável é recorrer ao crédito com garantia de imóvel, de veículo ou o consignado privado. As parcelas são menores, os juros bem menores e o prazo de pagamento mais longo, tornando-se a modalidade ideal para não comprometer todos os recursos.

– Momentos difíceis ensinam muito
Quantas vezes você se deu um presente por estar feliz ou por ter conquistado uma meta que estava trabalhando muito para alcan­çar? É comum que em situações de extrema alegria façamos mais compras por impulso. Temos menos autocontrole e nossos senti­mentos nos dizem que merecemos aquilo. Antes de realizar qualquer compra nestes momentos, é fundamental parar e analisar a situação, a necessidade de fazer essa compra e ponderar muito para tomar uma decisão. A covid-19 nos ensinou que podemos viver com menos gastos do que o estamos acostumados.

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