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Empresários cedem 100 imóveis à ‘saúde’

JF PIMENTA/ESPECIAL PARA O TRIBUNA

O prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) anunciou nesta quinta-feira, 26 de março, que dois empresários da construção civil cederam 100 apartamentos para abrigar servidores munici­pais, estaduais e federais da área da saúde que atuam na linha de frente no combate ao novo coro­navírus, causador da covid-19.

A ideia é que os profissionais da área – médicos, enfermeiros e atendentes – passem a residir temporariamente nestes imóveis para evitar o contato com outras pessoas e reduzir o risco de pro­pagação do coronavírus. Nesta quinta-feira, foi confirmada a primeira morte por covid-19 em Ribeirão Preto.

O homem de 36 anos já en­frentava com três comorbidades – doenças crônicas – e estava internado já há algum tempo no Hospital das Clínicas da Facul­dade de Medicina de Ribeirão Preto, ligado à Universidade de São Paulo (HC-FMRP/USP).

O diretor do Departamento de Atenção em Saúde, Antônio Pazin Filho, que participou da entrevista coletiva no Palácio Rio Branco, admitiu a possibili­dade de o paciente ter sido infec­tado pelo médico, que testou po­sitivo para covid-19 e não sabia que estava com a doença.

No entanto, Pazin Filho ressalta que o caso está sob investigação, e que o bloqueio epidemiológico já foi realiza­do – o paciente pode ter sido contaminado por amigos e fa­miliares ou por outra pessoa, já que Ribeirão Preto já enfrenta a transmissão comunitária.

A cessão dos apartamentos possibilitará que os agentes de saúde, caso desejem, não te­nham contato com seus fami­liares, evitando a transmissão da doença caso sejam contami­nados. De acordo com Duarte Nogueira, cada empreendedor cederá 50 apartamentos que de­verão estar disponibilizados nos próximos dias.

O prefeito diz que com a medida haverá a preservação da “integralidade sanitária” de cada servidor. Questiona­do sobre como este isolamen­to social seria realizado e se os apartamentos serão cedi­dos mobiliados, a prefeitura não se manifestou.

A rotina no Hospital das Clínicas mudou drasticamente. Por dia, cerca de 2.660 pessoas passavam pela Unidade Cam­pus, no Jardim Monte Alegre, na Zona Oeste, e atualmente este número caiu para menos da metade. As cirurgias eletivas já estão suspensas por causa da pandemia de coronavírus.

Testagem
Segundo Antônio Pazin Fi­lho, o HC já pediu ao Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, que autorize o hospital a promover os testes para o conoravírus em pacientes internados em esta­do grave e profissionais da saú­de com sintomas da covid-19. “Ainda não temos capacidade para faazer testes em massa”, diz o diretor da instituição.

O atendimento no HC tam­bém mudou. A triagem começa do lado de fora do hospítal, feita por uma equipe de enfermeiros com luvas, máscaras cirúrgicas e álcool gel. Se o paciente não apresentar sintomas de gripe ou resfriado, é encaminhado para algum dos ambulatórios.

Se a equipe entender que o paciente apresenta os sintomas da covid-19 – febre, coriza, dor de garganta e dificuldade para respirar, principalmente – será encaminhado para a “área amarela”, uma ala com entrada lateral preparada atender casos da doença.

Na triagem, a equipe mede a temperatura, a pressão, a fre­quência cardíaca e a capacidade respiratória. Caso seja constata­da a infecção por coronavírus, a equipe, preparada e paramenta­da para o atendimento, vai deci­dir se é caso para internação ou se o paciente pode ficar de qua­rentena em casa.

Porém, se na triagem os médicos e enfermeiros enten­derem que não se tratar de suspeita da doença, a pessoa será encaminhada para o aten­dimento ambulatorial.

No dia 16 de março, o hospital passou a proibir visi­tas a pacientes internados em suas duas unidades na cidade – Campus, no Jardim Mon­te Alegre, na Zona Oeste, e de Emergência, no Centro. A decisão ressalta que, em casos graves e quando for necessário, será permitida a entrada de acompanhante.

O HC tem 920 leitos hospi­talares para atender pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com a superinten­dência, também haverá a remar­cação de consultas de pacientes sem que haja risco para o trata­mento. Os pacientes são avisa­dos pela instituição e em caso de dúvidas devem ligar para 3602- 2342 ou (16) 3602-2345.

Ou entrar em contato por meio do e-mail remarcaretor­[email protected]. Também foi limitado o número de acom­panhantes aos pacientes aten­didos nos ambulatórios. Será permitido apenas um por pes­soa, e não pode ser criança e ou maior de 60 anos.

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