O preço do etanol voltou a subir nas unidades produtoras do estado de São Paulo. O derivado da cana-de-açúcar chegou a acumular queda de 13,1% em cerca de um mês, mas desde a primeira semana de abril vem sofrendo reajustes seguidos, em plena safra, e já acumula alta de 20,62% neste mês, segundo dados divulgados pelo Centro de Pesquisas Econômicas (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) – vinculada à Universidade de São Paulo (USP).
Depois dos reajustes de 0,89% e 15,07% nas duas semanas anteriores, o Cepea constatou novo aumento de 4,66% no preço do etanol hidratado, de acordo com a pesquisa realizada entre 13 e 18 de abril. O litro do produto passou de R$ 1,8962 para R$ 1,9846. Antes do início da safra, até meados de março, já havia registrado alta superior a 21% em cerca de dois meses. O levantamento semanal também registrou aumento de 8,67% no litro do anidro – adicionado à gasolina em 25% –, de R$ 1,9360 para R$ 2,1038. Em 20 dias, acumula elevação de 13,9%.
Nos 15 dias anteriores, os reajustes chegaram a 0,89% e 4,35%. O último levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), realizado entre os dias 7 e 13 de abril, em 108 cidades paulistas, indica que o litro do etanol ribeirão-pretano custa, em média, R$ 2,694, queda de 1,13% em comparação com o valor da semana anterior, de R$ 2,725, abatimento de R$ 0,031.
Segundo a Central de Monitoramento do Núcleo de Postos da Associação Comercial e Industrial (Acirp) – que reúne 85 revendedores de combustíveis da cidade, o equivalente a 50% do mercado local –, o aumento ocorre por causa de uma corrida das distribuidoras para compra do estoque remanescente nas usinas de açúcar e álcool no estado de São Paulo. “Como a safra não está consolidada, as unidades produtoras não têm mercadoria suficiente para atender à demanda, o que resulta em um aumento inesperado no preço”, diz em nota. Nesta semana, o reajuste chegou às bombas.
Nos postos bandeirados, os litros do etanol e da gasolina estão R$ 0,10 mais caros, com reajustes de 3,4% e 2,3%, em média. Nos sem-bandeira, o derivado da cana-de-açúcar subiu até R$ 0,15, enquanto o do petróleo sofreu acréscimo de até R$ 0,20, aproximadamente 5,6% e 5% de correção, respectivamente. Nos franqueados, o álcool custa entre R$ 2,80 (R$ 2,797) e R$ 3 (R$ 2,999). Nos independentes, é vendido entre R$ 2,65 (R$ 2,649) e R$ 2,80 (R$ 2,799), com média de R$ 2,70 (R$ 2,699). Os preços devem ser corrigidos até o início da próxima semana.
Nos postos bandeirados, o litro da gasolina custa, em média, R$ 4,40 (R$ 4,398), mas ainda há revendedores que cobram menos (R$ 4,30, ou R$ 4,299) e outros que reajustaram o preço do produto para R$ 4,50 (R$ 4,499). Nos sem-bandeira, o derivado de petróleo custa, em média, R$ 4,10 (R$ 4,099), mas há locais onde é vendido por R$ 4,20 (R$ 4,199) – alguns comerciantes ainda não elevaram o valor e cobram R$ 4 (R$ 3,999). O consumidor deve pesquisar. Vários postos oferecem descontos para quem pagar em dinheiro.
Na quarta-feira (17), a Petrobras aumentou o preço do diesel em R$ 0,10 por litro, o que implica uma variação mínima de 4,518% e máxima de 5,147%, nos seus 35 pontos de venda no Brasil. O aumento vigora desde esta quinta-feira. A estatal também manteve o valor da gasolina em R$ 1,9354. Nos postos franqueados de Ribeirão Preto, o litro do diesel é vendido, em média, por R$ 3,80 (R$ 3,799).
Nos independentes “saí” por R$ 3,40 (R$ 3,399). Há locais que ainda vendem o combustível por valores menores, de R$ 3,32 (sem-bandeira) e R$ 3,50 (bandeirados). Considerando os valores médios da agência, de R$ 2,694 para o álcool e R$ 4,243 para o derivado de petróleo, ainda é mais vantajoso abastecer com etanol, já que a paridade está em 63,5% – deixa de ser vantagem encher o tanque com o derivado da cana-de-açúcar a relação chega a 70%.