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Câmara volta a suspender sessão

Os servidores municipais vol­taram a lotar o plenário da Câ­mara e a maioria dos vereadores, em apoio à greve da categoria, decidiram encerrar a sessão por falta de quorum e trancar a pauta de votações pela segunda vez nes­ta semana, desde que a prefeitura de Ribeirão Preto anunciou que vai descontar os dias parados de quem aderiu ao movimento.

Com faixas, cartazes, apitos e até um boneco simbolizando o prefeito Duarte Nogueira Jú­nior (PSDB), os funcionários públicos atenderam ao chama­do do Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, Guatapará e Pradópolis (SSM/ RP), assinaram o ponto no es­tacionamento do Legislativo e depois protestaram em plenário.

A mesma situação ocorreu na sessão da terça-feira (16), quando, dos sete projetos da ordem do dia, cinco eram do prefeito – na reunião de ontem, outros setes propostas estavam na pauta, cinco do Executivo, sendo que quatro vieram da pre­feitura, entre eles dois vetos. A greve do funcionalismo público municipal completou nove dias.

A diferença na sessão desta quinta-feira é que sete vereadores registraram presença – na de ter­ça-feira ninguém fez isso. Marco Antônio Di Bonifácio, o “Boni” (Rede), Marcos Papa (Rede), Renato Zucoloto (PP), Elizeu Rocha (PP), João Batista (PP), Paulinho Pereira (PPS) e Rodri­go Simões (PDT) não se decla­raram contrários à greve, mas pretendiam votar os projetos.

O presidente do Legislativo, Lincoln Fernandes (PDT), já ha­via anunciado a disposição dos vereadores de não votar projetos do Executivo enquanto as nego­ciações entre o Comitê de Política Salarial do governo e a comissão do sindicato não forem reabertas. Na quarta-feira (17), mais de 20 parlamentares foram recebidos no Palácio Rio Branco.

O governo voltou a dizer que não discute itens econômi­cos da pauta de reivindicações porque extrapolou o teto do li­mite prudencial estabelecido na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), de 54%, elevando os gas­tos com a folha de pagamento para 55,86%. Por causa disso, a administração municipal pre­tende congelar os salários do funcionalismo – depois de várias reuniões, a proposta oficial é de “reajuste zero”. A categoria está em greve desde a zero hora do dia 10.

A prefeitura de Ribeirão Preto anunciou para a próxima quarta-feira, 24 de abril, a via­gem de uma comitiva à capital paulista para consultar o Tri­bunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP). O prefeito Duarte Nogueira e os secretários Ângelo Roberto Pessini Júnior (Negócios Jurídicos) e Antônio Daas Abboud (adjunto da Casa Civil) vão conversar com o conse­lheiro Sidney Estanislau Beraldo.

Ele é o relator do recurso inter­posto pela administração munici­pal contra a decisão do TCE-SP que obrigou a prefeitura a conta­bilizar os repasses ao Instituto de Previdência dos Municipiários (IPM) como gastos com pessoal.

O caso ainda não foi julga­do, mas o Ministério Público de Contas (MPC), a pedido do conselheiro relator, emitiu pare­cer contrário à apelação.

Essa determinação do Tribu­nal de Contas, segundo a prefeitu­ra, fez a administração extrapolar o teto da LRF. O sindicato divul­gou um relatório do próprio TCE -SP que indica gastos de 46,24% com a folha em dezembro do ano passado – de aproximada­mente R$ 2,31 bilhões da recei­ta corrente líquida (RCL), usou R$ 1,06 bilhão com pessoal. No entanto, segundo a Secretaria Municipal da Fazenda divulgou anteriormente, a despesa com o IPM ainda não foi contabilizada.

Convidados pelo prefeito, também vão acompanhar a reu­nião no TCE-SP o presidente da Câmara de Vereadores, Lincoln Fernandes (PDT), o líder de governo no Legislativo, André Trindade (DEM), Alessandro Maraca (MDB, presidente da Comissão de Finanças, Orça­mento, Fiscalização, Controle e Tributária) e Isaac Antunes (PR, presidente da Comissão de Cons­tituição, Justiça e Redação).

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