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Dengue já supera o total de 2018

DIVULGAÇÃO E FL PITON/ CCS

Ribeirão Preto não enfren­ta epidemia de dengue há desde 2016, quando 35.043 pessoas foram vítimas do Aedes aegypti – mosquito transmissor da doen­ça, do zika vírus, da febre chikun­gunya e da amarela na área urbana –, mas os números constatados no primeiro bimestre de 2019 preo­cupam, principalmente porque um novo sorotipo, o vírus tipo 2, ainda mais forte, já circula no mu­nicípio.

Segundo o último Boletim Epidemiológico, divulgado nes­ta Quarta-Feira de Cinzas, 6 de março, pela Divisão de Vigilância Epidemiológica (DVE) da Secre­taria Municipal de Saúde (SMS), Ribeirão Preto registrou 388 casos de dengue entre 1º de janeiro e 28 de fevereiro deste ano, 306 a mais do que os 82 do primeiro bimestre de 2018, alta de 373,2%. Grande parte é do sorotipo 2, que é mais forte e contra o qual a população não está imune. Há ainda 2.337 ocorrências sob investigação.

O número de vítimas do Ae­des aegypti na cidade em 59 dias de 2019 já é 43,2% superior ao total do ano passado, quando Ribeirão Preto contabilizou 271 ocorrências – os dados foram atualizados em março –, com 117 pacientes a mais. Em 2017, foram registrados 246 casos, o volume mais baixo dos últimos doze anos. No ano passado, das 271 pessoas picadas pelo vetor, 90 moram na Zona Leste, mais 73 na Oeste, 51 na Norte, 37 na Sul e 19 na Cen­tral, além de um caso sem identi­ficação do distrito.

Neste ano, dos 388 pacientes, 121 são da Zona Leste, mais 89 da Oeste, 94 da Norte, 26 da Sul, ou­tros 45 na Central e 13 sem identi­ficação do distrito. O terceiro me­nor registro de casos ocorreu em 2012, com 317. Em 2014 foram 398 registros. Nos demais oito anos os casos confirmados foram superiores a mil, em alguns deles passando de dez mil registros, como em 2016 (de 35.043 casos), 2010 (de 29.637), 2011 (de 23.384) e 2013 (de 13.179).

O Estado de São Paulo enfren­ta nova epidemia de dengue, com maior incidência nas regiões norte e noroeste, mais distantes da capi­tal. Entre o início do ano e o último dia 15, o número de casos confir­mados saltou de 1,9 mil para 13,4 mil – alta de 605%, ante o mesmo período de 2018. Já o total de ca­sos suspeitos foi de 15,2 mil para 40,2 mil, conforme a Secretaria da Saúde paulista. Segundo a pasta, o maior risco da dengue neste verão se deve à circulação do sorotipo 2 do vírus.

O secretário Municipal da Saúde, Sandro Scarpelini, afirma que embora o número de casos tenha aumentado com relação ao mesmo período do ano passado, o índice é menor que de outras cida­des da região, mas é preciso ações efetivas e a conscientização da po­pulação para conter a proliferação do mosquito Aedes aegypti e o avanço da doença.

“Isso se deve graças ao serviço desenvolvido pelas nossas equi­pes, contudo, com o fluxo migra­tório diário que temos na cidade, nós temos chance de aumentar o número de casos nos próximos dias. Portanto, mais uma vez esta­mos aqui para reforçar que, além das nossas atividades, precisamos muito da participação da popu­lação limpando sua própria casa”, esclarece o secretário.

A Secretaria Municipal da Saúde constatou aumento de 275,5% no número de vítimas do Aedes aegypti em janeiro des­te ano, na comparação com o mesmo período de 2018. Saltou de 45 para 169, acréscimo de 124 pacientes. Em fevereiro, a alta che­ga a 491,9% – passou de 37 para 219 no mês passado, aporte de 182 registros. Em 2017, foram 16 no primeiro mês do ano e 14 no segundo. Em 2016, na última epi­demia, as autoridades sanitárias constaram 9.346 vítimas em janei­ro e 13.319 em fevereiro.

Segundo o mais recente Le­vantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), o índice de infestação predial (IIP), que mede a quan­tidade de criadouros do Aedes aegypti em Ribeirão Preto é de 2,7%, e a cidade está em alerta contra o vetor. Significa que a cada 100 imóveis, quase três têm focos do inseto. No levantamen­to de junho a situação era bem pior e o município estava no grupo de risco, com IIP de 5,3%. Fechou 2017 em alerta. Na épo­ca, o índice estava em 1,3% – in­ferior ao de 2016, de 1,6%.

A Secretaria Municipal da Saúde pede à população para não relaxar, evitar água parada e eliminar os criadouros do vetor, principalmente agora, na época das chuvas. No ano passado fo­ram 45 casos em janeiro, 37 em fevereiro, 28 em março, 42 em abril, 35 em maio, 17 em ju­nho, onze em julho, cinco em agosto, um em setembro, seis em outubro, cinco em novem­bro e 38 em dezembro.

Já para a chikungunya, um caso foi confirmado em janei­ro deste ano. Em 2018, Ribeirão Preto atendeu oito pessoas com a febre transmitida pelo Aedes aeghypti – uma em março, uma em abril, uma em maio, outra em junho, uma em agosto, uma em setembro e duas em outubro. No entanto, fechou 2017 com aumen­to de 344,4%. Os dados mostram que o total saltou de nove para 40, com 31 pacientes a mais em rela­ção a 2016. Neste ano não há casos de zika vírus, microcefalia, febre amarela e gripe suína (nenhuma vítimas dos vírus da influenza, como o H1N1 e o H3N2).

Cidade vai ter Dia ‘D’ em 15 de março
Uma grande ação marcada para acontecer em 15 de março envolvendo se­cretarias, autarquias, fundações e demais órgãos municipais foi estrategica­mente discutida nesta quarta-feira (6) pelo prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) com o alto escalão do governo tucano para definir uma estratégia de combate ao mosquito Aedes aegypti. “É preciso redobrar a atenção para que Ribeirão Preto mantenha o número abaixo do limite superior estabelecido pelo Ministério da Saúde”, explica o secretário da Saúde, Sandro Scarpelini. O chefe do Executivo determinou algumas ações integradas e informou que publicará, nesta quinta-feira, dia 7, o decreto que cria as “Brigadas contra o Aedes aegypti” em todos os órgãos do governo municipal. “A limpeza pú­blica é fundamental, assim como a participação da população. A parte de blo­queio já vem sendo feita pela Secretaria da Saúde. Vamos intensificar as ações em áreas mais propícias”, diz Nogueira. No dia 11 de março, às 17 horas, será realizada a próxima reunião para tratar do tema juntamente com a Associação Comercial de Ribeirão Preto (ACIRP), proprietários de imobiliárias, religiosos e outras lideranças para reforçar as ações de combate ao mosquito. Dia D – No dia 15 de março, a prefeitura vai promover uma ação integrada de combate ao mosquito. Entre as ações está o mutirão de limpeza na região Oeste, já que se trata de uma área com alto índice de casos confirmados. As secretarias de Obras, Infraestrutura e o Daerp, além de emprestarem os caminhões e mobilizar os funcionários para atuar no dia “D”, serão respon­sáveis em fiscalizar possíveis focos do mosquito em poças de água parada em locais que existam obras municipais. Já à Secretaria da Fazenda caberá realizar a fiscalização de terrenos. A Infraestrutura também promoverá a limpeza de bocas de lobo e nos locais em que ocorrerá o mutirão. A Secretaria Municipal da Educação promoverá ações em todas as escolas, com vistoria nos prédios, eliminação dos inser­víveis que são criadouros, atividades educativas com os alunos, reuniões e propostas para as associações de pais e mestres. A de Esportes participará com os times de arrastões e panfletagem no Centro, no dia 15. A Cultura prestará orientação às famílias de crianças e adolescentes que frequentam os cursos livres no Centro Cultural Palace.

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