Tribuna Ribeirão
Cultura

Saulo Gomes – O repórter de Chico Xavier

TÁBATA BARBOSA

Está em cartaz no Ribei­rãoShopping uma exposição que relembra os 50 anos da primeira entrevista que Chi­co Xavier concedeu a Saulo Gomes. A mostra pode ser apreciada, gratuitamente, no Setor Terra Vermelha do empreendimento. A abertura ocorreu na noite de segunda-feira, 1º de outubro, com a presença do repórter investi­gativo, um dos mais premia­dos do Brasil.

Quem visitar a exposição “Saulo Gomes, repórter do Chico Xavier – 50 anos depois” poderá conferir publicações sobre o relacionamento do re­pórter e do médium, assistir entrevistas de televisão, ouvir as histórias contadas por Saulo Gomes e ler a psicografia que Chico Xavier fez de Emmanuel para o jornalista na noite de 5 de junho de 1968.

A primeira vez que Saulo Gomes ouviu falar de Chico Xavier foi em 1961, no entanto, somente sete anos depois ele conseguiu uma entrevista. An­tes de dizer sim para a reporta­gem, o médium quis conhecer o repórter, sem a equipe. Esse encontro foi no dia 2 de feve­reiro de 1968, na instituição Comunhão Espírita Cristã, mantida pelo líder espírita.

Primeiro Saulo ficou dis­tante, acompanhando a sessão, depois foi chamado para con­versar, na cozinha. Enquanto o café era coado, eles falavam sobre várias coisas. Até que o médium ficou em silêncio. Então ele disse que Saulo era quem ele pensava e o autorizou a retornar ao hotel e chamar a equipe de cinegrafista para a gravação da reportagem.

Depois desse encontro, fo­ram muitos outros. Chico Xa­vier participou do programa “Cidade contra Cidade” e de duas edições do “Pinga Fogo”, que entraram para a história da audiência da TV brasileira. Com o tempo e com a predile­ção de Chico Xavier por Saulo Gomes, o profissional da im­prensa passou a ser chamado de “repórter do Chico”.

Saulo Gomes escreveu dois livros sobre o médium: “Pin­ga-Fogo com Chico Xavier (2009)” e “As mães de Chico Xavier (2010)”. Ele começou a carreira no jornalismo em 1956, na Rádio Continental. Como repórter investigativo, em 1958 noticiou os diversos casos de mortes e chacinas no Rio de Janeiro, promovidos pelo Esquadrão da Morte. Em 1960 conseguiu desvendar, em primeira mão, o misterioso “Crime da Fera da Penha”, que ganhara repercussão nacional. Neyde Maria Maia Lopes con­fessou o assassinato de uma criança de quatro anos durante entrevista a Saulo Gomes.

Em 2 de maio de 1980 protagonizou um momen­to histórico, informando ao vivo, às 16h21, que a central paulista da extinta TV Tupi deixava, naquele instante, de gerar suas imagens. Em 1964, ele tornou-se o primeiro jor­nalista proibido de exercer a profissão pelos militares. Foi ele quem fez uma reportagem especial sobre Francisco de Assis Pereira, o “Maníaco do Parque”, que marcou uma das maiores audiências da TV Record. Em 2011, foi home­nageado, como autor local, na 11ª Feira Nacional do Li­vro de Ribeirão Preto.

A exposição “Saulo Gomes, repórter do Chico Xavier – 50 anos depois” também marca o relançamento do site de Saulo Gomes, com uma nova lingua­gem visual e caminhos para que apreciadores e pesquisadores possam conferir o trabalho do repórter, ler todas as suas repor­tagens, inclusive as realizadas com Chico Xavier. A mostra pode ser visitada de segunda-feira a sábado, das dez às 22 ho­ras, e aos domingos e feriados, das 12 às 20 horas. A entrada é franca.O shopping fica na ave­nida Coronel Fernando Ferreira Leite nº 1.540,Jardim Califórnia, Zona Sul.

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