Tribuna Ribeirão
Saúde

Estudo aponta que 75% dos idosos usam apenas o SUS

MARCELO CAMARGO/AG.BR

No Dia Nacional e Interna­cional do Idoso, celebrado nesta segunda-feira (1º), o Ministério da Saúde divulgou um estudo com dados inéditos sobre o perfil de en­velhecimento desta população no Brasil. O Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (EL­SI-Brasil) faz parte de uma rede internacional de grandes estudos longitudinais sobre o envelheci­mento e traz informações sobre como a população está envelhe­cendo e os principais determinan­tes sociais e de saúde. A ideia é que esse estudo traga subsídios para a construção e adequação de novas políticas públicas para fortalecer a saúde do idoso.

O ELSI-Brasil apontou que 75,3% dos idosos brasileiros de­pendem exclusivamente dos ser­viços prestados no Sistema Único de Saúde, sendo que 83,1% reali­zaram pelo menos uma consulta médica nos últimos 12 meses. Nesse período, foi identificado ainda 10,2% dos idosos foram hospitalizados uma ou mais vezes. Quase 40% dos idosos possuem uma doença crônica e 29,8% pos­suem duas ou mais como diabe­tes, hipertensão ou artrite. Ou seja, ao todo, cerca de 70% dos idosos possuem alguma doença crônica.

“Nós temos que cuidar da saú­de dos brasileiros desde a infância para que eles tenham uma vida cada vez mais saudável. Isso signi­fica voltar nossas ações para uma alimentação saudável, para a pro­moção de atividades físicas, inibir o consumo do álcool e do tabaco, e ainda para as pessoas com idade acima de 60 anos, oportunizar o diagnóstico de doenças de forma cada vez mais precoce. É dessa maneira que podemos oferecer à nossa população um envelheci­mento saudável”, afirmou o Mi­nistro da Saúde, Giberto Occhi.

O estudo apontou também que 85% da população com 50 anos ou mais vivem em área ur­banas. E entre os relatos sobre os hábitos de comportamento, 43% dos idosos acompanhados pelo estudo disseram ter medo de cair na rua. Pesquisa coordenada pela Fundação Oswaldo Cruz de Mi­nas Gerais mostra que a maioria da população brasileira acima de 50 anos têm medo de cair na rua por causa de defeitos nas calça­das, 30% dizem viver em regiões muito inseguras e 6% já tiveram sua casa invadida. “Não esperá­vamos resultados tão desfavorá­veis”, afirmou a coordenadora do trabalho, a professora Maria Fernanda Lima Costa.

“Mais de 80% da população se diz satisfeita com a atenção que ela recebe. Então ter um sistema público de saúde universal é ex­tremamente importante. O SUS possui bons indicadores de resolu­tividade, então é necessário que se preserve o sistema que é modelo para o mundo. Se você melhora a condição de saúde da população, você também aumenta a longevi­dade no trabalho”, ressaltou a pes­quisadora da Fiocruz Minas Ge­rais, Maria Fernanda Lima-Costa.

Para a realização do ELSI-Bra­sil foram investidos R$ 7,3 mi­lhões. Deste total, R$ 4,2 milhões são do Ministério da Saúde e R$ 3,1 milhões do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. A pesquisa foi coordenada pela professora Maria Fernanda Lima-Costa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Minas Gerais. Na primeira etapa, participaram da pesquisa pessoas com 50 anos ou mais entre os anos 2015 e 2016 em 70 municípios nas cin­co regiões do país. A idade de 50 anos foi utilizada devido ao inte­resse em analisar o período de transição do momento produti­vo para o início da aposentado­ria dos idosos (60 anos ou mais).

Atualmente, os idosos re­presentam 14,3% dos brasilei­ros, ou seja, 29,3 milhões de pessoas. E, em 2030, o número de idosos deve superar o de crianças e adolescentes de zero a quatorze anos. Em sete décadas, a média de vida do brasileiro au­mentou 30 anos saindo de 45,4 anos, em 1940, para 75,4 anos, em 2015. O envelhecimento da população tem impactos impor­tantes na saúde, apontando para a importância de organização da rede de atenção à saúde para a oferta de cuidados longitudinais.

As doenças crônicas não transmissíveis atualmente afetam boa parte da população idosa. De acordo com pesquisas anterio­res promovidas pelo Ministé­rio da Saúde, 25,1% dos idosos tem diabetes, 18,7% são obesos, 57,1% tem hipertensão e 66,8% tem excesso de peso. Também são responsáveis por mais de 70% das mortes do país.

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