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‘Greve hemorrágica!’

A greve dos caminhoneiros descortinada no dia 21 de maio já havia sido anunciada desde o ano passado. Mais uma vez, nossos governantes não deram a atenção devida. Preocupado com seu próprio “metro quadrado”, o Legislativo praticamente não trabalhou nos primeiros meses deste ano. Já o Executivo certamente não dimensionou a força que a paralisação dos caminhoneiros teria, capaz de produzir efeitos muito parecidos com a situação da Venezuela.

O desabastecimento de praticamente “tudo” assustou o povo brasileiro que, oxalá, tome consciência de uma vez por todas de que será inevitável uma “total” renovação, principalmente no Congresso Nacional. Não reeleger deputados preocupados tão somente com o bem-estar pessoal ou de suas corporações, como não reeleger senadores que viram as costas para o povo que os mantém não só no poder, como também paga suas mordomias assoberbadas, já será um bom começo de renovação no cenário político caótico nacional.

Vamos correr o risco de honestamente elegermos homens e mulheres realmente comprometidos com o bem comum de todos os cidadãos, a começar dos mais empobrecidos e tão sofridos por falta de condições mínimas de uma vida mais digna. Não vamos trair a Lei da Ficha Limpa, que nasceu da consciência crítica-política de milhões de brasileiros.

Na minha modesta leitura a respeito da paralisação do País nos últimos dias, trata-se de uma “greve hemorrágica!” Ao invés de repatriarem com mais agilidade os bilhões desviados da Petrobras nos últimos anos, aproveitaram-se da morosidade do Judiciário Brasileiro para devolver à maior empresa do mundo o prestígio, mas à custa do povo honesto e trabalhador, cobrando valores exorbitantes pelo combustível, gás e derivados.

Desde criança ouço dizer que, ao aumentar o combustível e o gás, tudo aumenta de preço. Em apenas uma semana, a Petrobras caiu para o quarto lugar, as Bolsas de Valores despencaram e o dólar disparou. E toda a Nação assustou! As reivindicações dos caminhoneiros são justas e contemplam as carências de todos os brasileiros, principalmente dos menos favorecidos. Foi necessário “parar” o País para que governo e (des)governados refletissem. Já que o governo não cumpre com suas obrigações de proporcionar uma vida mais digna ao povo de uma das Nações que pagam os mais altos impostos do mundo, faz-se necessário gritar por socorro.

Trata-se de um gemido causado pela dor do descaso, da exploração dos pacíficos e trabalhadores que comem mal, dormem pouco e suam desde as madrugadas ao anoitecer para sobreviverem. Quando me refiro à “greve hemorrágica”, penso naqueles que aproveitaram do movimento para adotarem atitudes tão desonestas como as dos governantes. Só podemos gritar “fora, governo Corrupto”, desde que nós mesmos não sejamos corruptos.

Chamar os governantes de ladrões e roubar quem está mais próximo de nós não nos dá o direito e nem a moral de exigirmos qualquer mudança de atitude. Antes, devemos aprender, com base nesses dias dramáticos, a sermos cada dia mais honestos, solidários uns para com os outros. Roubar nos preços de alimentos, serviços prestados, como elevar a saca da batata de R$ 50 para R$ 500, em nome da greve, é fazer dessa uma profunda “greve hemorrágica!”

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