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Chega de educação bancária!

Estudos e pesquisas sobre a educação básica pública não levam em consideração o que pensam os alunos – eles nunca são ouvidos, e os resultados não refletem a realidade do chão da escola. Há uma preocupação exacerbada por parte significativa dos docentes com a punição, o confinamento que é exposto desde a educação infantil vão matando a curiosidade, a criatividade e o espirito investigador contribuindo para termos uma juventude que chega ao fim do ensino médio decepcionada e sem parâmetro de vida.

O formato de escola do século 19 resiste bravamente aos novos modelos pedagógicos, que tem na autonomia do aluno o seu alicerce, mas com tantos dinossauros que ainda povoam este ambiente, que usam os mesmos métodos educacionais que usavam no século passado esperando os mesmos resultados, com alunos do século 21 – o conflito e o caos se instalaram, e o local que deveria ser de alegria e felicidade, é só infelicidade e desilusão, principalmente nos anos finais do fundamental e no ensino médio.

As escolas deveriam no primeiro dia de aula recepcionar os alunos novos com alegria – mostrando que ali tem um ambiente acolhedor, onde eles vão ser os atores principais de uma educação de qualidade, mas na maioria das escolas os conflitos começam neste dia.

Eu não sei por que as escolas públicas básicas, na sua maioria têm o costume vezo de não respeitar as legislações, e aviltar os educandos são coisas naturais. Vender uniforme e cobrar a taxa de matricula são naturais na rede pública estadual, e se o aluno chegar sem a camisa do uniforme é mandado de volta para a casa – é só conflito.

Como diz o educador português José Pacheco: “aula não ensina, e prova não prova”, é o que estamos vendo acontecer, os alunos chegando ao final do ensino médio sem uma formação crítica e autônoma, apenas reproduzindo o que acumulou na memoria de curto prazo, que se apaga assim que terminam as provas de avaliações.

No século 21, a figura do professor(a) dono(a) da verdade, que não deixa o aluno se manifestar com autonomia – não cabe mais. Tem professor(a) que não aceita que o aluno sente na carteira numa posição que ela ache confortável, o docente não aceita e diz que uma falta de respeito com o professor(a) é visto como um ato de indisciplina – século 19. Apesar de todas as diversidades ainda tem aluno que contesta esse modelo falido.

Numa redação em que o tema escolhido era o meio ambiente, o educando usando sua autonomia, mesmo sabendo que iria sofrer sansões fugiu totalmente do tema, e discorreu sobre a situação da educação básica da rede estadual de São Paulo – colocando no papel todas as agruras que carregava, e propondo uma escola em que os alunos fossem respeitados nos seus direitos, e que pudessem escolher o caminho da sua aprendizagem – tirou zero, mas deu seu recado! Chega de educação bancária!

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